sexta-feira, 9 de abril de 2010
Eduardo prega rejeição a “bandidos”
O governador Eduardo Campos (PSB) engrossou, ontem, o coro dos que repudiam os políticos que tenham condenação na Justiça, e disparou fortes críticas contra os chamados “ficha suja”. O socialista afirmou ser favorável a uma legislação eleitoral que garanta o “direito à transparência” para que a sociedade possa conhecer a “biografia” dos candidatos. A reação se deu porque, anteontem, líderes governistas inviabilizaram o início da votação, na Câmara Federal, da proposta de iniciativa popular que veta a liberação de registro de candidatura para políticos com a ficha suja. Presidido nacionalmente por Campos, o PSB não entrou na mobilização.
“É inadmissível que muitos criminosos vão procurar mandatos para se proteger e passem a melar a política, que é uma coisa bonita. Tem gente de bem na política como tem gente safada, que tem que ser varrida da política pelo voto do povo e por legislações que não permitam que bandido vá atrás de mandato, gastando, muitas vezes, dinheiro roubado”, bateu Eduardo Campos, após inaugurar o primeiro viaduto da Estrada da Batalha, em Jaboatão.
Para o socialista, “ao melar a política”, os corruptos acabam desanimando o povo. “Desanimando o povo, a gente não faz mudança. O único instrumento que o povo tem para transformar a sua vida é a política. Tudo que vier para animar o povo e para limpar a política tem meu apoio”, enfatizou.
PRESSÃO
Questionado se sentia-se pressionado pela tendência petista Construindo um Novo Brasil (CNB) para escolher o ex-secretário Humberto Costa (Cidades) como candidato ao Senado pelo PT, o governador garantiu estar “tranquilo”. “Não chegou o tempo eleitoral na minha cabeça, no meu universo. Respeito aqueles que estão preocupados em fazer esse debate. O povo não me elegeu para ficar discutindo chapa”, ressaltou Campos, que, para evitar polêmicas, tratou de “afagar” os petistas sinalizando que não vai interferir no debate interno da sigla. “O importante é que nós estamos juntos. O que nos une ao PT em Pernambuco e no Brasil não é uma eleição, é um projeto que está sendo bom para o povo brasileiro. (...) É essa argamassa que nos une”, salientou Eduardo.
O governador também deu a entender que as opiniões de Lula (PT) e de sua pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), terão peso significativo na montagem da chapa majoritária em Pernambuco. “O PT é um partido amigo, companheiro, aliado estratégico nosso, aonde eu tenho grandes amigos. E essas amizades foram preservadas porque eu respeito. Como presidente nacional de um partido, eu primo pelo respeito à vida interna de cada partido. O PT tem a sua própria dinâmica. O presidente Lula, para sair candidato em 2002, foi para uma prévia com o senador Eduardo Suplicy. O PT, sob a coordenação do presidente e da (ex) ministra Dilma, vai tomar suas decisões ao seu tempo”, argumentou.
ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)
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