quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Governador quer inaugurar Pirapama com Dilma, 2ª feira


Durante o lançamento do programa Pernambuco Conduz, ontem, no Palácio do Campo das Princesas, o governador Eduardo Campos (PSB) confirmou a vinda da presidente Dilma Rousseff (PT) para a próxima segunda-feira. A visita, prevista inicialmente para setembro, foi antecipada a pedido da petista. A agenda oficial não foi adiantada, embora o socialista tenha cogitado a inauguração da terceira etapa do Sistema Pirapama de Abastecimento D’água. Campos ainda expôs à Imprensa suas impressões sobre o Governo Federal e elogiou a postura de Dilma diante de um momento tenso com a base. “Não acredito em revanchismo”, declarou o governador. Apontado com um dos nomes que poderiam disputar a Presidência da República em 2014, o socialista falou sobre sua exposição na mídia nacional, além da relação com o prefeito do Recife, João da Costa (PT).

VINDA DE DILMA
Acho que a presidente tem tido nosso apoio, nossa solidariedade. Estive com ela na terça-feira, ela deve vir para na segunda-feira nos visitar. Estamos mandando uma agenda. Ela me ligou hoje (ontem) de manhã, eu estava na reunião de monitoramento. Ela telefonou pedindo para fazer uma agenda para o dia 29. Estamos vendo uma série de possibilidades, que horas ela chega, por onde dá para chegar. Só amanhã (hoje) confirmarei. Eu havia dito à Imprensa que essa visita seria depois do 7 de setembro, mas a presidente perguntou se poderíamos antecipar. Temos uma série de coisas que poderemos fazer, além de outras que teriam que ser no final de setembro.

CRISE
Entendemos que o primeiro momento do Governo foi para dentro do Governo. Montar a equipe, tendo em vista uma crise internacional brutal... Muitas vezes, a gente não consegue perceber os relatos de quem está convivendo o dia-a-dia com a realidade do mercado americano. Ela (Dilma) teve um momento de dar uma segurada na inflação, de montar o Governo, os programas. Ela teve esse tempo. Agora, está vivendo um tempo de fazer articulação com os Estados. Há uma pauta com os estados muito extensa e que vai até 2014. Há uma pauta no Congresso Nacional. E há essa agenda de enfrentamento de denúncias, que ela está se saindo muito bem nas atitudes que tem tomado com muita tranquilidade, com firmeza. O objetivo do Governo é enfrentar a pobreza extrema, conduzir o Brasil a um desenvolvimento econômico sustentável, poder gerar oportunidades de trabalho. Esse é o eixo. Aqui do lado, é ser intransigente a qualquer tipo de corrupção. Dilma tem conseguido fazer os dois movimentos, deixando clara sua intolerância com a apropriação do que é público e ao mesmo tempo cuidando do País.

SOLIDARIEDADE
A presidente está tendo solidariedade da sociedade, dos partidos com que ela tem maior identidade. Tenho tido solidariedade, não tenho faltado a ela, não tenho criado problema, tenho gerado solução. Então, ela tem usado esse tempo para enfrentar problemas seríssimos com a crise internacional, conter a inflação, pensar os programas, tudo isso em oito meses. Não é simples fazer tudo isso. Ela tem mostrado essa vontade.

REVANCHISMO
Não acredito nisso. Ninguém está com objetivos assim. Não imagino que tenha algum partido político querendo passar para a sociedade que quer dar o troco na presidente Dilma porque ela está agindo de maneira correta no enfrentamento de questões de irregularidade, de corrupção. Não acredito que ninguém esteja pensando nisso. Não dá para confundir que todo mundo que reclama do Governo porque é favoravel à corrupção, nem que todo mundo que está elogiando porque é favorável ao enfrentamento à corrupção. Não é tão singelo assim. Tem questões da relação do Congresso Nacional com o Governo da presidente Dilma, da mesma forma que foi com Lula (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), José Sarney (PMDB) e Itamar Franco (PPS), que são muitas vezes reivindicações legítimas da pauta do Congresso. O Congresso muitas vezes não quer ver tanta medida provisória trancando a pauta. Portanto, é legítimo que o parlamentar lute por isso. Como se faz? Na base do diálogo. E Dilma tem tido um esforço muito intenso nos últimos dias, de reunião com os partidos, de conversas. O caminho do diálogo está aberto, e ela faz isso de maneira muito franca.

PCR
Meu papel como governador é ajudar o Recife naquilo que precisar. Ajudo na administração do prefeito João da Costa (PT), como faço com Elias Gomes (PSDB, de Jaboatão), que é de outro partido que não é nem da base. Minha tarefa é cuidar da vida das cidades, ajudar, fazer parcerias, apoios, buscar, contribuir. E a gente consegue contribuir com cada um na medida que é possivel. Essa é a forma, não ver em cada prefeito a figura do aliado ou do adversário, mas de quem o povo elegeu para cuidar da cidade, e que precisa do apoio e da ajuda do governador. É isso que tenho feito, e com todos eles. Desde o prefeito João da Costa, que é meu companheiro de Frente Popular, até os prefeitos das cidades menores, mais distantes, que precisam também da presença do governador. Sempre tive como regra não falar mal de adversários, muito menos de companheiros de caminhada.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Discutir 2012 é uma tarefa dos partidos. Em 2012, a gente vê essas coisas de eleição. Agora não tem sentido. Faz oito meses que saí de uma eleição. A população votou comigo para cuidar dessas coisas. Essa é minha pauta, a pauta real, da governança, da entrega, de mais trabalho, mais escolas, mais saúde. Se não tivesse agido dessa forma, não teria tido 82,84% dos votos.

EXPOSIÇÃO NACIONAL
O que posso dizer é que eu não tenho atendido nem 10% de demanda que é para fazer entrevistas. Fui a São Paulo a trabalho, tinha apresentação de Pernambuco para fazer em um evento, e naquela data encaixei uma entrevista (para o programa Canal Livre, da TV Bandeirantes) que já vinha sendo solicitada há um ano. Foi marcada antes da eleição, mas não podia por conta da Lei Eleitoral, e depois passaram meses até ocorrer. Mas meu foco está aqui em Pernambuco.

É cuidar do trabalho, fazer as coisas que tenho que fazer. Sinceramente, as coisas não acontecem tão singelamente. Na verdade, é claro que Pernambuco hoje tem mais atenção dos outros estados do que tinha antes, por diversas razões. Pelo que acontece na economia, na gestão pública, na política de Pernambuco. É claro, é só você ir para os outros estados e pesquisar. Agora isso em hora nenhuma me faz tirar um milímetro o pé do chão. Tenho a consciência e a cabeça focadas no meu trabalho, no dia-a-dia. Se isso (exposição) acontece, é porque foquei no trabalho. Se não tivesse focado, não teria nada.

MANOEL GUIMARÃES (FOLHA DE PERNAMBUCO)

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