sexta-feira, 9 de abril de 2010

'Não tinha conhecimento desse risco todo', diz prefeito de Niterói


O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira (PTD), admitiu, na noite desta quinta-feira (8), que sabia que a comunidade do Morro do Bumba, no Cubango, atingida por um deslizamento de terra na noite de quarta-feira (7), tinha sido construída sobre um antigo lixão. O PDT administrou a cidade 15 dos últimos 21 anos.



“A gente sabia que o lixão estava desativado há 30 anos. Quando eu assumi pela primeira vez, já havia um início de ocupação. A região é muito pobre e as informações que eu tinha eram de que aquele aterro era muito antigo e não representava nenhum risco”, disse.

Sobre a remoção das famílias, o prefeito afirmou que se soubesse da gravidade da situação do terreno teria providenciado o reassentamento dos moradores. “As pessoas dizem assim: ‘deviam ter removido’, mas quem fala isso não conhece o real Brasil hoje. Eu, realmente, não tinha conhecimento que havia esse risco todo. Se eu soubesse, evidentemente, teria providenciado isso”.

Jorge Roberto Silveira afirmou, ainda, que vai tentar convencer a população que está morando em área de risco a deixar as casas. “Nós vamos tentar convencê-los de que eles têm que sair”, afirmou Jorge Roberto Silveira.

Ele reafirmou que se tivesse conhecimento do risco que os moradores estavam passando, teria removido as famílias da comunidade: “Se eu tivesse conhecimento do risco que era, evidente que eu teria entrado ali, enfim. Eu sei que as pessoas têm a necessidade de encontrar culpados, então, paciência, o prefeito tem que ter a responsabilidade mesmo e eu já assumi”.

O município de Niterói registrou o maior número de vítimas fatais no estado, 107, segundo o Corpo de Bombeiros. O prefeito decretou estado de calamidade pública. Ele também decretou luto oficial de uma semana. Foram registrados óbitos nas localidades do Morro Boa Vista, Tenente Jardim, Ponta da Areia, Martins Torres, Morro Cova da Onça, Morro do Bumba, Estrada da Cachoeira, Estrada Fróes e Travessa Beltrão.

Do G1, no Rio, com informações do Jornal da Globo

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