Do JC Online
ATUALIZADA ÀS 20H50
A criança de 9 anos encontrada morta na Ilha do Maruim, em Olinda, no último sábado, foi enterrada nesta terça-feira (6), no Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife. Durante o velório, a mãe de Kelly Kettily Giancipoli chorava desconsoladamente, gritando o nome da filha. A avó e uma tia da menina passaram mal, e esta última precisou ser levada às pressas ao hospital.
Antes do enterro, mais de cem moradores da comunidade realizaram protesto em frente ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, também no bairro de Santo Amaro, para que liberassem o corpo de Kelly. A demora na conclusão da perícia do cadáver se deu porque os médicos legistas estão em operação padrão.
Após o enterro, alguns familiares da vítima receberam ligações dando conta de que o suspeito do estupro e morte de Kelly havia sido encontrado em Amaro Branco, em Olinda, mas posteriormente a informação foi desmentida, assim como aconteceu durante toda a segunda-feira, quando surgiram vários alarmes falsos.
Na noite desta terça, familiares e amigos estão dando continuidade às buscas pelo ex-presidiário Fábio da Silva Romão, 27 anos, em cuja residência o corpo da jovem foi encontrado com sinais de estrangulamento e violência sexual. A casa, também localizada na Ilha do Maruim, onde a garota morava, pertence a avó da vítima, que havia alugado o imóvel ao suspeito há cerca de 15 dias.
Um amigo da família, que preferiu não se identificar, disse ter visto o suspeito fugindo em uma área de mangue próximo à Ponte Preta, em Salgadinho, Olinda, nas buscas realizadas a madrugada desta terça. Centenas de pessoas armadas com paus, barras de ferro e facões tentaram encontrar Fábio de ontem para hoje. Além da população, cerca de 50 policiais civis e militares vasculharam a área, mas não encontraram o acusado.
Por conta da revolta e comoção da comunidade, a polícia teme que o ex-presidiário seja encontrado e linchado pela população. Há suspeitas de que ele também tenha envolvimento no desaparecimento de outra menina da Ilha do Maruim. Taynana José do Ó, 12, está desaparecida desde 28 de março. A mãe da menina, Cláudia Maria do Ó, também esteve presente no enterro de Kelly, onde carregava o cartaz com a foto da filha e tinha, na bolsa, uma foto do suspeito.
Ontem pela manhã, ela contou que o suspeito teve contato com sua filha assim que chegou à Ilha do Maruim. “Esse homem apareceu aqui na rua perguntando se alguém sabia de uma casa para alugar. Minhas filhas indicaram a avó de Kelly e até levaram ele lá. E depois que Taynana sumiu, esse homem chegou a chamar minha outra filha para ir na casa dele, com a desculpa de que precisava de ajuda para acender umas velas”, relatou Cláudia, em entrevista ao Jornal do Commercio.
Ontem, uma moradora da comunidade prestou depoimento. Ela disse que no fim de semana em que Taynana sumiu, viu Fábio da Silva Romão sair de casa de madrugada com uma enxada e um saco de lixo grande nas costas.
Além desses dois casos, a polícia ainda apura a possibilidade de envolvimento de Fábio em um terceiro homicídio envolvendo criança. A vítima seria Letícia Freire de Santana, 9, que foi assassinada no dia 16 de março, em Jardim Fragoso. Segundo o delegado Erivaldo Guerra, os três crimes têm características bastante semelhantes.
FICHA - Na ficha criminal de Fábio da Silva Romão, constam cinco mandados de prisão em aberto, uma condenação por assalto e processos por homicídio e tráfico de drogas. Ele usava o nome falso de Fábio Bezerra da Silva. Na residência, alugada há 15 dias, nada que identificasse o ex-presidiário foi deixado para trás, assim como também não foi encontrado nada na casa da ex-mulher do acusado, em Peixinhos.
Parentes da ex-companheira de Fábio da Silva Romão expulsaram o ex-presidiário de casa depois que ele tentou violentar uma sobrinha de 3 anos.
A polícia conseguiu descobrir a identidade verdadeira do suspeito após localizar a mãe dele. Pela filiação, os agentes da Delegacia de Olinda puxaram a ficha criminal do ex-presidiário e sua fotografia. Com a divulgação da imagem, as autoridades pretendem tornar a fuga do acusado mais difícil.
Kelly Kettily Giancipoli desapareceu por volta das 18h, do último sábado. Quatro horas depois, vizinhos desconfiados do comportamento frio de Fábio da Silva Romão exigiram verificar a casa dele. Encontraram o corpo da menina sob a cama do ex-presidiário. Ela estava sem roupa, com o cordão da descarga enrolada no pescoço e sinais de violência sexual. O ex-presidiário conseguiu empurrar as pessoas que estavam dentro da casa e escapou correndo.
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