A Operação Padrão instituída pelos médicos legistas de Recife, Petrolina e Caruaru, que completa um mês nesta terça-feira (13), continua causando irritação e revolta às muitas famílias que esperam pela liberação dos corpos de seus parentes. Na tarde desta segunda-feira (12), a quantidade de pessoas no Institudo de Medicina Legal (IML) do Recife já não era tão grande, mas apenas 13 corpos haviam sido liberados, enquanto 40 permaneciam na lista de espera.
Dez dias é o tempo que Maria Anunciada do Nascimento está aguardando por uma resolução para o corpo do filho, Maurício Carlos do Nascimento, vítima de um acidente de moto no dia 3 de março. "Meu sofrimento está sendo prolongado aqui. É um absurdo; nós não somos culpados pelas coisas que eles (os médicos) estão reclamando, mas somos nós quem sofremos as consequências", desabafou Maria Anunciada.
"De manhã tinha tanta gente que fazia medo. É que muitos vão cansando e desistem de esperar aqui. Sem falar que às vezes sobe um cheiro insuportável", contou Rejane Lima de Freitas, à espera da liberadação do corpo de um primo.
Nesta terça-feira (13), haverá uma nova assembleia com os médicos para discutir os rumos do movimento. O presidente da Associação Pernambucana de Medicina e Odontologia Legal (Apemol), Carlos Medeiros, adianta que a assembleia não pretende encerrar a operação, mas reavaliar as questões propostas pelos médicos: "Continuaremos em operação padrão até que o Governo negocie conosco".
Quando estão em operação padrão, os institutos de medicina legal aumentam o tempo de examinação dos cadáveres para uma hora e meia, o que resulta na lentidão para a liberação dos corpos. Este tempo é considerado pelos médicos a média ideal para a realização da perícia. Entre as principais reivindicações da classe, estão o aumento da quantidade de profissionais nos Institutos e a descentralização dos serviços.
Vanessa Silva
Especial para o JC Online
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