O vice-governador e secretário estadual de Saúde, João Lyra Neto (PDT), defendeu, ontem, o nome de sua filha, a procuradora Raquel Lyra (PSB), como candidata única à Assembleia Legislativa a ser apoiada pelo bloco governista em Caruaru. Raquel disputa espaço com a vereadora Laura Gomes (PSB), esposa do vice-prefeito Jorge Gomes (PSB), e com o secretário de Governo da Prefeitura, Douglas Cintra (PTB), preferido do prefeito José Queiroz (PDT). O pedetista ressaltou que conversará com os aliados. Mas governistas asseguraram, em reserva, que o imbróglio terá de ser resolvido pelo governador Eduardo Campos (PSB). Curiosamente, Lyra expôs seu desejo em entrevista à Rádio Liberdade, de propriedade do seu maior adversário: o ex-prefeito e vereador Tony Gel (DEM).
“Esse negócio de ter dois, três candidatos termina não elegendo ninguém. Caruaru precisa de uma representação forte para disputar a eleição municipal. Vou defender o nome de Raquel Lyra para essa candidatura única. Isso não quer dizer nenhum demérito a ninguém. Não quer dizer que os outros não tenham legitimidade para ser candidato. Todos três têm. Agora, temos que ver quem tem mais condições de se eleger. A representação é de Caruaru. Não podemos brincar, eleição é coisa séria e nós encaramos com muita responsabilidade”, argumentou João Lyra Neto.
O secretário reafirmou que seu substituto na Saúde não mudará as políticas em andamento na pasta. “Muita gente disse: ‘João, você quebrou a cara. Você fez a pior coisa na sua vida ao entrar na Saúde. Eu estou satisfeito, feliz porque estou desempenhando uma missão de governo. O pernambucano já sabe que está mudando a Saúde e vai continuar mudando”, assegurou Lyra, que deixa o cargo no final de março.
Presidente estadual do PSB, Milton Coelho acredita que há espaço na legenda tanto para a candidatura de Raquel Lyra quanto para a de Laura Gomes. “Como partido, o PSB não pode ser empecilho para ninguém. Compreendo a preocupação de João Lyra, mas tudo será acertado sem problemas. Esse é o tempo dessas movimentações”, comentou.
Arthur Cunha(FOLHA DE PERNAMBUCO)
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