segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Lula fala com Eduardo sobre Ciro


SÃO PAULO (AE) - O Palácio do Planalto começa esta semana a desamarrar os nós em torno do projeto para tirar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) da corrida presidencial e abrir o caminho para uma eleição plebiscitária entre a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Determinado a antecipar o prazo para que Ciro defina seu futuro político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversará nesta quarta-feira com o governador Eduardo Campos (PE), presidente nacional do PSB, e possivelmente se reunirá já nos próximos dias com o próprio Ciro.


Antes mesmo do encontro, líderes do PSB já admitem que terão de apressar a definição. Ciro, que esticou a folga de fim de ano e só retornaria ontem à noite das férias, havia fixado para março o prazo para dizer se aceita deixar a corrida presidencial, após o convite de Lula para que dispute o governo de São Paulo. “A pressão está grande demais. A data que havíamos fixado está prejudicada e parece que não teremos outra saída a não ser antecipar”, disse o líder do PSB na Câmara, deputado Márcio França (SP).



Nos últimos dias, o PT subiu o tom em relação a Ciro. Reunidos no fim de semana em São Roque (SP), em seminário da ala majoritária da sigla, alguns líderes petistas já não escondiam a irritação com a demora do deputado em se decidir sobre a eleição. Reservadamente, se queixavam até da longa duração das férias do socialista. Caso Ciro se recuse a concorrer em São Paulo, o plano é oferecer uma posição na campanha de Dilma ou no futuro governo. Parte do comando petista avalia que ele seria a pessoa ideal para atrair votos para Dilma no Nordeste. “Se Ciro quiser ser candidato em São Paulo, hoje a maioria do partido o apoia. Se quiser qualquer função na campanha da Dilma também temos abertura”, disse o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). “Se tivermos sucesso no convencimento, será bom para o País”, disse o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, crítico da tese de que o melhor seria lançar duas candidaturas da base aliada. “Se essa definição demorar demais, vai acabar prejudicando a campanha da Dilma”, cobrou Edinho Silva, presidente do PT-SP.



Se o plano de lançar Ciro em São Paulo fracassar, o PT terá de recomeçar o processo de escolha de seu candidato. Com a desistência do ex-ministro Antonio Palocci, ganharam força o senador Aloizio Mercadante (SP) e a ex-prefeita Marta Suplicy. No pé da lista, estão o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, e o ministro da Educação, Fernando Haddad. No vácuo deixado por Ciro, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PSB), continua intensificando as conversas com o comando do PT. Ele conversa hoje com Eduardo Campos sobre o assunto.

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