O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou, ontem, a inauguração de Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Paulista, em palanque pró governador Eduardo Campos (PSB). Com o gesto, o petista entrou de corpo e alma na campanha estadual, mostrando que não medirá esforços para derrotar a oposição. O recado teve endereço certo: o senador e possível pré-candidato a governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), um dos seus maiores desafetos. Em seu discurso, Lula conclamou Eduardo a não entrar no “jogo rasteiro” dos adversários. Também mandou o socialista “botar a tropa na rua” para “manter Pernambuco na linha do desenvolvimento”. O petista ainda ironizou Jarbas, de forma velada, dizendo que, quando era governador, o peemedebista recebeu mais dinheiro dele do que do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
“Companheiro Eduardo, você sabe que esse ano de 2010 é um ano difícil, complicado, um ano eleitoral... É um ano que muita gente vai começar a falar bobagem por tudo quanto é canto. Queria dizer duas coisas para você. Primeiro: não faça o jogo rasteiro dos seus adversários, não baixe o nível da campanha. Quanto mais eles baixarem, mais você levanta. Não perca, em nenhum momento, essa relação humana que você tem com esse povo. Muitas vezes esse povo não quer nada da gente a não ser que a gente respeite ele e trate ele com carinho”, destacou Lula, que fez sua primeira visita ao Estado, em 2010. O petista também assinou decreto para que uma ZPE seja implantada em Suape, participou de cerimônia em memória às vítimas do Holocausto, no bairro do Recife, e de jantar no Palácio.
Em seguida, o presidente assegurou apoio à reeleição do aliado. “Aconteça o que acontecer, coloque a sua tropa na rua que a minha tropa virá lutar junto, para que a gente possa manter Pernambuco nessa linha de desenvolvimento”, garantiu. Para Lula, se Eduardo, e não Jarbas, governasse Pernambuco na época do seu primeiro mandato (2003-2006), o Estado estaria “mais avançado”. “E olha que eu dei mais dinheiro para o meu adversário (Jarbas) que governava, do que o presidente aliado dele (FHC) deu para ele quando os dois governavam este País”, zombou.
“A gente não pode falar em eleição, eu não sou candidato. Mas você (Eduardo) pode ficar sabendo de uma coisa: esse Estado não tem o direito de retroceder, esse Estado não tem o direito de voltar a um passado danoso, a um passado mesquinho. Esse Estado aprendeu a andar para frente, esse Estado aprendeu a como é possível acontecer as coisas”, disparou Lula.
HOSPITAL
Por volta da 0h50 de hoje, a assessoria do Palácio do Campo das Princesas informou que o presidente Lula havia dado entrada no Hospital Português, para a relização de exames. Não foi informada a natureza do problema de saúde. No início da madrugada estava agendada uma coletiva com o ministro da Comunicação de Governo, Franklin Martins, para explicar o motivo.
ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)
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