A Internet pode até não pautar as eleições gerais de 2010 no Brasil, como prevê o consultor político José Nivaldo, da Makplan. Promete, entretanto, funcionar como ponto de encontro fácil entre eleitores e candidatos. É por isso que os políticos andam aderindo a blog, site e Twitter. Quem ainda não dispõe de uma dessas ferramentas, ou já encomendou a construção, ou pensa em fazê-lo, ou está prestes a lançar uma. Caso do secretário de Articulação Regional, João Paulo (PT). Pré-candidato ao Senado, o petista estreará um conjunto de recursos do tipo na Web em novembro. Além dele, outros políticos também devem aderir ao mundo da Web, pensando na interação com o “eleitor internauta”.
Na última quarta-feira, foi a vez do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, candidato à reeleição, inaugurar seu Twitter. O Governador Eduardo Campos (PSB), segundo sua assessoria, não descarta a possibilidade de twittar até o ano que vem. E até o presidenciável Aécio Neves, governador de Minas Gerais (PSDB), que ainda não decidiu entrar nesse meio, não escapou. O tucano ganhou de presente de um desconhecido um Twitter com seu nome. E atualizado com informações reais sobre o governador de Minas. “É engraçado. É um twitteiro sério. Ele conta a agenda do governador com informações certas”, comentou o assessor de Imprensa de Aécio, Luiz Neto, informando que o mineiro analisa a hipótese de investir na criação de um Twitter de sua autoria. “Ele acha natural que, na época da campanha, isso ocorra. Por enquanto, está cauteloso, vendo se pode ser útil, não só para ele, mas para as próprias pessoas que acessam”, explicou.
Embora não enxergue grandes prejuízos na atitude do twitteiro que se passa por Aécio, Luiz lamenta o fato. “Mesmo que não fale nada demais, não é ele. Outro dia ele (o twitteiro) deu um fora. Aécio participou de jantar em São Paulo com (o ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso e Sérgio Guerra e ele disse que foi com (José) Serra (PSDB)”, contou o assessor, lembrando que já alertou a Imprensa. Novato no ramo, o senador Sérgio Guerra caiu na casca de banana e anda seguindo o fake de Aécio, imaginando ser o correligionário. “Não sabia que não era, achei que fosse. Imaginei que pudesse ser alguém que trabalha com ele”, disse. Ele também não vê problema em alguém postar os comentários pela pessoa, embora assegure que, em seu twitter, ele mesmo escreve.
Até a última sexta-feira, o tucano tinha acumulado 305 seguidores e postado 34 comentários no microblog. Em sua visão, a inserção nessa rede social tem a ver “com a tarefa de homem público”. A campanha eleitoral de 2010, complementa, não surpreenderá só pelo uso maior da Internet, “mas de uma maneira geral”. Questionado se foi influenciado pelo governador de São Paulo, José Serra, twitteiro assíduo, ele afirmou ter sido “influenciado pelo tempo”. E aguarda resultados. “Vamos ver, está começando agora”.
RENATA BEZERRA DE MELO (FOLHA DE PERNAMBUCO)
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