quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Aposentados dormem no Congresso por aprovação de índice de reajuste
Um grupo de cerca de 150 aposentados e pensionistas passou a madrugada desta quarta-feira nos corredores do Congresso numa tentativa de sensibilizar os deputados a levarem a votação o projeto de lei que estende às aposentadorias e pensões o mesmo índice de reajuste do salário mínimo.
Segundo o presidente da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), Warley Martins Gonçalles, os deputados serão pressionados durante toda a semana para que coloquem o projeto de votações na pauta da Casa.
- A gente vai continuar trazendo os aposentados para a rua. Se não tiver pressão, nós não vamos chegar a lugar nenhum. Nós fazemos uma manifestação pacífica e vamos conseguir o que é de direito dos aposentados.
No início do mês o governo conseguiu barrar a votação do projeto. Na última segunda (16), o ministro da Previdência Social, José Pimentel, disse que a proposta só será votada no Congresso depois da aprovação dos projetos relacionados ao pré-sal.
De grande repercussão eleitoral, se o projeto entrasse em votação, seria aprovado com os votos dos deputados da base e da oposição. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficaria com o desgaste político de vetar a proposta.
Segundo o Planalto, a aprovação do projeto seria um desastre para as contas da Previdência, provocando aumento de gastos de R$ 6,9 bilhões no próximo ano, seguindo com aumento das despesas que chegará a 18,1% do PIB em 2050.
O governo tem uma proposta de acordo que mantém o reajuste das aposentadorias no valor de um salário mínimo pela mesma política de aumento do mínimo (repasse da inflação do ano anterior mais a variação do PIB ocorrida dois anos antes) e propõe um índice de 6,1% (inflação mais 50% do PIB), o que significaria um ganho real de 2,5%, para os benefícios acima de um salário mínimo.
Outro assunto de interesse dos aposentados, o fim do fator previdenciário foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara na noite desta terça. O projeto agora vai ao plenário da Casa.
Do R7
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