O Ministério Público Federal (MPF) no Piauí anunciou na manhã desta sexta-feira (29) a abertura de uma investigação para apurar as causas do rompimento da Barragem Algodões I, em Cocal, no interior do estado, que resultou em cinco mortes confirmadas e centenas de famílias desabrigadas. Há suspeitas de negligência na condução e manutenção da obra.
“Vamos apurar se essa tragédia foi em decorrência apenas do fenômeno da natureza, no caso a chuva, ou se houve fragilidade e inadequação na construção da obra. São questionamentos que só a perícia vai apontar. Temos que ter cautela. Vários órgãos serão notificados”, afirmou o procurador-chefe do MPF no Piauí, Kelston Pinheiro Lages.
Segundo o governo do estado, há 15 dias, quando a represa atingiu nível máximo, 1,2 mil pessoas foram retiradas do local, por precaução. Elas, entretanto, retornaram na última sexta-feira (22) por orientação do engenheiro responsável pela obra, Luís Hernane de Carvalho. A Agência Brasil tentou entrar em contato com o engenheiro por meio de número de telefone fornecido pela assessoria do governo estadual. O celular encontrava-se desligado.
“Com certeza isso será checado. Essas pessoas foram orientadas para retornar às suas casas e precisamos saber com respaldo em quê [voltaram ao local]”, acrescentou Lages.
A tragédia, considerada de gravidade inédita na história do estado, deverá resultar em ações de responsabilidade civil e criminal. “Esses fatos têm desdobramentos no aspecto cível, de reparação de danos, e também no aspecto criminal, porque houve vítimas e crime de homicídio”, ressaltou Lages.
O procurador lembrou ainda que o Piauí, por ser um dos estados mais pobres do Brasil, recebe um grande volume de recursos federais que exige ampla fiscalização de sua aplicação. "A nossa preocupação é que esses recursos sejam aplicados de forma correta para que as obras sejam executadas da forma devida e adequada."
Fonte: Agência Brasil
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