Os resultados das eleições majoritárias do ano passado nos municípios pernambucanos garantiram, não só a vitória dos novos prefeitos, mas também a “consagração” de muitos daqueles que conseguiram fazer seus sucessores. Fato que alimenta as pretenções de muitos desses ex-gestores para a disputa eleitoral de 2010. Entretanto, mesmo os que não foram exitosos nas urnas, também projetam entrar na “briga”, principalmente, por uma vaga na Assembléia Legislativa de Pernambuco. Para assegurarem as presenças de seus nomes no próximo pleito, muitos deles já começaram as articulações dentro e fora de seus partidos.
O ex-prefeito do Recife João Paulo (PT), antes mesmo de terminar seu mandato, já tinha iniciado os contatos com lideranças de outras legendas em busca de apoio para sua candidatura ao Senado. Desde a última quinta-feira, o petista está sem mandato, depois de 20 anos como vereador, deputado estadual e prefeito. Mas terminou a gestão com aprovação próxima aos 80% e ainda elegeu o sucessor, João da Costa (PT). A meta, agora, é se tornar mais conhecido no interior pernambucano.
Em novembro do ano passado, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) revelou que se encontrou com o então prefeito do Recife para fechar a presença do Partido Progressista no palanque do ex-gestor. O parlamentar chegou a declarar que, independente de qualquer coisa, João Paulo teria o PP na sua composição para 2010.
Na ocasião, o petista negou a aproximação com o progressista, mas não descartou a possibilidade de contar com o apoio do sigla para sua candidatura. O fato gerou um mal-estar entre membros da executiva estadual do PP com o senador Sérgio Guerra (PSDB), que também foi procurado para conversar.
Apesar de sua movimentação para amarrar a candidatura ao senado, João Paulo prefere fugir do assunto. “Ainda está muito longe. Tenho muita coisa pra fazer até chegar 2010. Por enquanto, vou trabalhar na montagem do meu escritório político e cumprir uma agenda que fechei ainda no ano passado”, afirmou.
Entre os compromissos fechados para o início ano, o petista tem uma reunião marcada em Brasília, no dia 20 deste mês, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na ocasião, João Paulo pretende discutir mais uma vez a missão atribuída a ele pelo presidente, de percorrer o Estado representando o PT. Mas revelou que seu futuro político também será definido durante a conversa.
“Viajo no dia 19 e, no dia 20, vou me encontrar com o presidente e com a ministra. Trataremos de meu novo papel no partido e como poderei ajudar”, destacou, para depois completar: “Saberei o que vou fazer em 2010 depois da reunião. Por enquanto, não tenho condições de adiantar nada”.
Todavia, fontes ligadas ao ex-gestor revelaram que, no final do ano passado, João Paulo já havia conversado com Dilma, em Brasília, sobre sua candidatura ao Senado. Ele teria aproveitado um encontro da ministra com outros prefeitos do País para discutir sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As articulações de João Paulo para garantir sua candidatura se explicam pelo número de nomes que compõem a base de apoio do Governo do Estado, também dispostos a entrar na disputa por uma vaga no Senado. Entre eles, o presidente estadual do PTB, Armando Monteiro. Neto.
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