sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Coronel preso por receber pensão de mãe já falecida

Um coronel reformado da Polícia Militar, que ganha cerca de R$ 7 mil por mês, foi preso em flagrante pela Polícia Civil, na manhã de ontem, ao tentar desbloquear o dinheiro da pensão que era destinada à mãe dele, já morta. Antônio Vieira de Araújo, 58 anos, recebeu irregularmente cerca de R$ 3,6 mil por mês, a partir do mês de junho, quando a beneficiada morreu, até dezembro do ano passado. O golpe foi descoberto durante o recadastramento feito pela Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco (Funape). Somente ontem o oficial foi preso porque foi ao órgão tentar reaver o dinheiro, alegando que a mãe ainda estava viva. A mulher era beneficiada por uma pensão deixada pelo marido, que também era militar.

A delegada Cláudia Freitas, da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração, disse que o coronel vai responder a inquérito por tentativa de estelionato, caracterizado na manhã de ontem, e por estelionato, já que conseguiu sacar o salário nos meses anteriores. O crimeé inafiançável e ontem mesmo ele seguiu para o Batalhão Dias Cardoso, por ser oficial.

Validade - Vieira sempre sacou o dinheiro para a mãe através de procuração. Em depoimento à polícia, ele alegou que continuou a fazer os saques por achar que tinha esse direito até o fim da validade da procuração. "No entanto, ele havia declarado antes que a mãe estava viva", disse o presidente da Funape, Dácio Rossiter. O oficial não quis falar com a imprensa.

O último recadastramento dos pensionistas e aposentados aconteceu no ano passado, depois de oito anos sem atualização. Além de apresentar o perfil desse público no estado, o recadastramento possibilita a descoberta de fraudes no sistema. A Funape também dispõe do Sistema de Óbito (Sisob), do Ministério da Previdência, que contém dados atualizados sobre as pessoas mortas no país, para descobrir fraudes. O sistema, no entanto, ainda é cheio de falhas e não dispõe o CPF dos listados, por exemplo.

No caso do oficial, o nome da mulher registrado no cartório e na Funapenão batiam por conta de um "de". "Ao invés do cartório registrar Feliciana Maria de Araújo, como tínhamos, registrou sem o "de" e por isso houve mais dificuldade em localizar o golpe", explicou Rossiter.

A delegada Cláudia Freitas disse que, por mês, uma média de quatro investigações de fraudes semelhantes são apuradas pela equipe de policiais e pelo menos um flagrante como o do coronel reformado é realizado. O estado, através da Funape, vai entrar com ação judicial para ter o dinheiro pago ao oficial de volta. A Funape calcula que o militar receba cerca de R$ 7 mil mensais da própria aposentadoria. Fonte: DIARIO DE PERNAMBUCO

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