sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Morte de advogado choca Lagoa de Itaenga


Moradores da cidade de Lagoa de Itaenga, a 87 quilômetros do Recife, acordaram, ontem, com a notícia de uma morte inesperada. Eram 9h quando dois homens em uma moto assassinaram com quatro tiros o advogado Antônio Augusto de Barros, 54 anos, funcionário da prefeitura e da Câmara de Vereadores do município com cerca de 15 mil habitantes. Um mistério ainda ronda o crime.
Crime aconteceu neste lava-jato e Antônio foi atingido por quatro tiros, dois na cabeça, dentro do veículo que dirigia. Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press
Isso porque a vítima era considerada tranquila e sem inimigos na cidade onde trabalhava há vinte anos. A Polícia Civil revelou que a morte de Barros possivelmente tem relação com o assassinato do primo dele e ex-prefeito de Lagoa de Itaenga, Fernando Nascimento Neto, ocorrido em Carpina em novembro do ano passado.

Testemunhas contaram que Antônio de Barros fez o mesmo percurso de todos os dias, quando saía de Carpina, onde morava, em direção a Lagoa de Itaenga. Parou em um lava-jato na entrada do município e, enquanto estava conversando, os dois desconhecidos se aproximaram e dispararam vários tiros de pistola 9mm. Antes disso, mandaram os funcionários do lava-jato saírem da mira da arma.

A vítima estava dentro do Fiat Uno azul, de placa KKN-1317, quando foi atingida. O veículo tinha os bancos ensaguentados, além de uma perfuração de bala na traseira. Dentro dele a polícia encontrou R$ 402, um projétil, documentos, relógio e celular da vítima. A hipótese de latrocínio foi descartada pela equipe de investigação. O material será devolvido à família.

Socorro - O advogado ainda foi levado com vida para a Unidade Mista Josefa Cavalcante Petribu, em Lagoa de Itaenga, mas chegou morto. Ele tinha quatro perfurações de bala: no braço esquerdo, no pescoço, além de duas na cabeça. O delegado Gervásio Silva, da Delegacia de Lagoa de Itaenga, disse que possivelmente o assassinato tem relação com a morte do primo da vítima. "Todas as hipóteses serão investigadas, mas essa é a possibilidade mais forte", explicou. Fernando foi morto nas mesmas condições, ou seja, por dois homens em uma moto. Gervásio Silva também apurou o homicídio de Fernando porque ocupou a vaga do delegado titular daquele município, que estava de férias em janeiro. "Já temos a autoria do crime, mas estamos sem prisão preventiva. Ainda estamos com tempo hábil para a investigação", resumiu.

Silva disse que prefere não entrar em detalhes sobre os dois homicídios para não atrapalhar as investigações, mas descartou inicialmente a atuação de grupos de extermínio no município, a exemplo do que vitimou o advogado Manoel Mattos, na noite do último sábado, em Pitimbu, na Paraíba. Diante dos boatos de que Barros estaria investigando o assassinato do primo e isso teria motivo da sua morte também, o delegado disse apenas que não teve essa informação da vítima.

O delegado afirmou, ainda, que era amigo pessoal do advogado e estudavam juntos em um curso de especialização em ciências criminais, em Vitória. "Antônio nunca me relatou qualquer ameaça nem mesmo se mostrou nervoso nos últimos dias. Era uma pessoa muito boa", destacou o delegado. Gervásio Silva pediu, inclusive o afastamento do caso por conta da relaçãode amizade com a vítima. O nome do novo delegado deverá ser informado apenas na próxima semana. Antônio de Barros era filho de Moisés Barros da Anunciação, que foi prefeito de Lagoa de Itaenga e já é falecido.
Fonte:Diario de Pernambuco

Um comentário:

mrguta disse...

Queria saber se logo após o assassinato houve uma perseguição
aos assassinos por parte policial. Já que o mesmo foi morto praticamente dentro da cidade.