Já foram ouvidos hoje, na delegacia da Polícia Federal em Salgueiro, o prefeito de Serrita, o empresário Carlos Eurico Ferreira Cecílio, e outras cinco pessoas que não tiveram os nomes revelados sob risco de prejuízo nas investigações. Os seis foram conduzidos coercitivamente por policiais federais, depois que a Justiça os obrigou a comparecer à PF para prestarem depoimentos e serem indiciados por crimes como superfaturamento de obras públicas, oferecimento de vantagens ilícitas a agentes públicos e captação ilícita de votos. O grupo foi liberado para responder aos processos em liberdade.
A informação foi divulgada no início da tarde de hoje pelo assessor de comunicação da PF em Pernambuco, Giovani Santoro a respeito da operação Júlio César, deflagrada hoje pelo órgão e que, segundo Santoro, já cumpriu todos os 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pelas Justiças Federal e Eleitoral nos municípios de Serrita, Salgueiro, Recife, São José do Egito e Tuparetama, em Pernambuco, além de Salvador (BA). Participaram da operação 120 policiais federais que, também de acordo com Santoro, apreenderam documentos de movimentação financeira de empresas e hotéis ligados à licitação e que deverão subsidiar a investigação.
Os trabalhos têm como principal alvo o empresário e político Carlos Eurico Ferreira Cecílio, que vinha sendo investigado há três anos e, de acordo com a polícia, tem um patrimônio que cresceu rapidamente, depois que exerceu mandatos de prefeito de Serrita. Na última eleição foi reeleito. Ele chegou a ser investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou o tráfico de drogas em todo o Brasil.
De acordo com o levantamento da polícia, grande parte do patrimônio pertencente a Carlos Eurico está em nome de laranjas e a maior parte das empresas do grupo liderado por ele (tais como postos de combustíveis e hotéis) conta com uma grande circulação de dinheiro em espécie.
A investigação da PF apontou também que o empresário tem ligação com uma associação criminosa especializada em realizar obras públicas, sempre com superfaturamento de valores e oferecimento de vantagens ilícitas a agentes públicos. Cecílio também é apontado por captar votos de forma ilegal durante campanha eleitoral em Serrita este ano e de ter prestado falsas declarações de gastos da mesma campanha ao Tribunal Regional Eleitoral.
Uma outra linha de investigação prova que Cecílio desviou recursos públicos e praticou crimes contra o Sistema Financeiro do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), na medida em que pequenos produtores rurais foram induzidos por comparsas dele a contrair empréstimos cujos valores foram destinados ao próprio Cecílio.
Os crimes eleitorais serão investigados também pelo Ministério Público Eleitoral, para a adoção de punições que incluem a possibilidade de inelegibilidade para a eleição a que concorreu e pelos três anos subseqüentes. Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
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