terça-feira, 2 de dezembro de 2008

CLARA TEM PARALISIA CEREBRAL E PRECISA DE AJUDA


Como qualquer criança com um pouco mais de um ano de idade, a pequena Clara Costa Pereira faz graça, sorri para os que lhe dão atenção e parece achar divertida a idéia de andar, mesmo que sustentada pelos braços da mãe, a assistente administrativa Aline Costa Pereira, de 29 anos. Clarinha, como é chamada carinhosamente pelos pais, chega a gargalhar quando o pai, o analista de sistemas Carlos Edmar Pereira, de 30 anos, canta em seus ouvidos a “Macarena”, enquanto reproduz com os seus bracinhos os passos da dança. Inteligente, a menina se encanta com o barulho do celular, tenta segurá-lo, mas os problemas na coordenação motora a impedem de executar tal tarefa. Ela não fala, não consegue sentar, se alimenta e toma líquidos com dificuldades e, mesmo que consiga mexer as pernas, reproduzindo o ato de andar, não possui a sustentação necessária.
Clara tem paralisia cerebral, diagnosticada alguns meses após o seu nascimento. O problema foi gerado por uma hipoxia perinatal, ou seja, baixa oxigenação do cérebro durante o trabalho de parto, fato que lesionou a área responsável por sua coordenação motora. Diante da dificuldade, os pais de Clarinha tinham a opção de se conformar com o quadro da filha e procurar dar a melhor qualidade de vida possível ou buscar a cura em um tipo de tratamento que ainda engatinha no Brasil: a aplicação de células-tronco. “Tem gente que diz que eu preciso me conformar e aceitar a situação que a minha filha está hoje. Mas nós (Aline e Carlos) não queremos isso. Se há um tratamento capaz de curar Clarinha, vamos em busca dele”, afirmou Aline. O tratamento existe. É oferecido por uma empresa de biotecnologia atuante na China (a Beike Biotech) e custa em média U$ 40 mil (que em reais equivale a R$ 92 mil).
A vontade de que a filha tenha uma vida normal fez com que Carlos Edmar não se intimidasse com o valor do tratamento, mas, ao invés disso, lançasse na internet uma campanha para angariar fundos para a viagem e a aplicação das células-tronco. Ele elaborou o site http://www.umrealporumsonho.com.br/, onde estão expostas informações sobre o tratamento, casos de sucesso em crianças de outros países, além de um gráfico indicando o nível de arrecadação. Até agora, 36,2% do valor necessário já foi arrecadado. “Fiz o site e comecei a divulgar por e-mails, sites de relacionamentos, blogs. Mas as notícias sobre o caso de Clarinha começaram a se espalhar. Quando pesquiso no Google vejo o nome dela em blogs de pessoas que não conheço”, contou Carlos. Desde que foi lançado, em agosto desse ano, até agora, 70 mil pessoas, de 61 países diferentes, já acessaram o endereço eletrônico. “Além das doações também disponibilizamos na lojinha do site camisas para venda. Elas custam R$ 15,00 e podem ser compradas também por cartões de crédito”, disse.
O tratamento ao qual Clarinha será submetida utiliza as células-tronco retiradas de um cordão umbilical. Elas não são aplicadas diretamente no cérebro, mas na região lombar, de onde migram para o local lesionado. Ao todo, são feitas quatro aplicações em um período que vai de 20 a 25 dias.

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