quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sindicância vai apurar tumulto na Colônia Penal Feminina do Recife

Bombeiros foram acionados para tumulto na Colônia Penal Feminina (Foto: Kety Marinho / TV Globo)Bombeiros foram acionados para cionter tumulto na
Colônia Penal Feminina (Foto: Kety Marinho / TV Globo)






Uma sindicância administrativa foi instaurada para apurar o tumulto ocorrido nesta quarta-feira (19), na Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste da capital.  Internas colocaram fogo nos colchões e em entulhos em uma área onde há gás. Cinco mulheres foram socorridas durante a confusão, mas já retornaram à unidade prisional. De acordo com a Secretaria de Ressocialização Social (Seres), alguns depoimentos preliminares já foram realizados no próprio local.
Em nota, a Seres informou que o motivo do tumulto estaria relacionado ao fato de uma interna ter se recusado a entrar no pavilhão “A” ao fim do toque de recolhimento na tarde da última terça (18). A mulher teria feito ataques verbais e atitudes indisciplinares, assim como agredido com mordidas no braço e arranhões no rosto agentes penitenciários que a conduziram para o setor de disciplina.

Logo após o café da manhã desta quarta, por volta das 8h, começou a queima de colchões e arremesso de objetos contra os agentes de segurança penitenciária em serviço. O tumulto foi contido duas horas depois, com o apoio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro. Pelo menos 30 policiais entraram na Colônia Penal, com bombas de efeito moral e armas com balas de borracha para controlar o tumulto.

Das cinco mulheres socorridas para unidades de saúde, duas tiveram baixa de pressão e três, ferimentos leves. Quatro delas, com idades entre 18 e 38 anos, deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, onde foram atendidas e liberadas.
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Juiz Luiz Rocha, 1ª Vara de Execuções Penais de Pernambuco (Foto: Luna Markman / G1)Juiz Luiz Rocha diz que não viu excesso exarcebado da
polícia em contenção de detenta (Foto: Luna Markman/G1)






O juiz corregedor da Colônia e titular da 1ª Vara de Execuções Penais, Luiz Rocha, esteve na unidade prisional desde o início para tentar moderar o confronto e evitar a reincidência após a contenção. Ele colheu depoimentos dos envolvidos para analisar o caso. “Esse fato com a reeducanda procede. Eu tenho depoimento dela própria dizendo que se agarrou no ferro para não sair do local [para o isolamento]. Também ouvi de outra reeducanda que uma das agentes tentou diálogo, mas ela não aceitou o convencimento e reagiu fisicamente. Acredito um grupo de detentas se valeu dessa ocorrência para insuflar o tumulto, que teve contenção imediata, sem maiores desdobramentos”, disse.
O juiz explicou que, com base nos depoimentos já coletados e o resultado de relatórios solicitados aos órgãos envolvidos na ocorrência, irá verificar se houve ocorrência de crime por parte da detenta e desvio administrativo de agentes penitenciários. “Pela minha apuração inicial, houve excesso da reeducanda, que pode responder por lesão corporal e ainda sofrer uma medida disciplinar interna. Eu a examinei e não encontrei lesões no corpo dela. Nesse caso, por enquanto, não vi excesso exacerbado dos agentes”, comentou.
Do G1 PE

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