A taxa de evasão escolar caiu 17,3% em Pernambuco desde 2007, enquanto a redução das taxas de homicídio foi a terceira maior do país. Os números fazem parte do estudo realizado pela Macroplan Consultoria, analisando a situação atual e a evolução na última década em todos os estados brasileiros, a partir de várias dimensões do desempenho de cada um. O resultado do levantamento foi divulgado noBom Dia Pernambuco desta quarta-feira (26).
De acordo com o estudo, os indicadores sociais e econômicos de Pernambuco melhoraram, mas os avanços não atingiram as expectativas em alguns aspectos. A transparência institucional no estado é a segunda melhor do Brasil, perdendo apenas para o Espírito Santo. Apesar disso, o desempenho da juventude, por exemplo, ficou aquém do esperado -- a taxa é a terceira pior do país.
Dez fatores foram analisados: educação, juventude, saúde, segurança, infraestrutura, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, condições de vida, transparência institucional e gestão fiscal. Os dados apresentam os desafios que os novos governantes enfrentarão, procurando mostrar também possíveis soluções para os problemas.
Apesar do bom desempenho de Pernambuco em alguns dos indicadores -- posicionando o estado na contramão do que foi analisado no Nordeste, região que apresentou os mais baixos resultados de modo geral --, duas áreas foram destacadas como foco de atenção dos gestores públicos: a infraestrutura das estradas e a educação da juventude. Segundo o pesquisador Sérgio Buarque, um dos consultores da pesquisa, os jovens que fazem parte da chamada “Geração Nem Nem Nem”, ou seja, não estudam, não trabalham e não estão procurando emprego, são 19% no estado -- o terceiro maior índice do Brasil, menor apenas que as taxas de Roraima e Alagoas.
Indicadores | Colocação de PE |
---|---|
Institucional | 2º |
Educação (IDEB Ensino Médio) | 5º |
Educação (IDEB Ensino Fundamental) | 22º |
Desenvolvimento Social | 10º |
Condições de vida | 12º |
Saúde (Mortalidade Infantil) | 12º |
Saúde (Expectativa de vida) | 18º |
Segurança | 18º |
Infraestrutura | 19º |
Desenvolvimento Econômico | 19º |
Juventude | 25º |
Buarque aponta que o desempenho de Pernambuco no Ensino Médio, um dos melhores do país, mostra um caminho viável para a melhoria. “As duas frentes são a ampliação do Ensino Médio. A primeira é tornar o Ensino Médio atraente para os jovens. A segunda também está associada às escolas integrais e técnicas, que é preparar profissionalmente esses jovens”, explica, lembrando que a oferta de emprego existe, faltando apenas qualificação para a demanda.
Outro ponto destacado no estudo é a infraestrutura rodoviária do estado. O percentual de estradas qualificadas como boas e ótimas em Pernambuco cresceu, mas o crescimento foi menor do que nos outros estados, o que provocou a queda do índice. “Um desafio no futuro deve ser um investimento forte na infraestrutura do transporte principalmente rodoviário, para poder dar condições de competitividade”, ressalta o pesquisador.
A pesquisa também levanta a importância da gestão dos recursos financeiros, fundamental para o ganho no desempenho dos estados. Buarque explica que uma parceria entre o governo estadual e as prefeituras municipais também é essencial para o avanço na educação. Mais uma estratégia de crescimento apontada pelo pesquisador e pelos resultados do estudo é a inovação, tanto em nível público, na distribuição de recursos, quanto privado, nas organizações empresariais. “O governo deve trabalhar mais próximo dos empresários, para induzir a inovação tecnológica para a nossa competitividade”, explica o consultor.
“A economia, para ser competitiva, deve ter estradas de qualidade, portos muito bons - como nós já temos - inovação nas empresas e qualificação de mão de obra”, lembra Sérgio Buarque, destacando também o que deve ser o centro de atuação da nova gestão de Pernambuco. “Levar adiante o ritmo que nós vimos e os avanços que foram registrados é um desafio, porque embora a estrutura esteja montada para isso e o governo já esteja terminando de elaborar um plano estratégico a longo prazo, a gente cresceu numa base muito baixa”, completa.
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