sábado, 22 de novembro de 2014

Em Pernambuco, alvo da 2ª fase da Operação Trevo é o jogo do bicho

PF-PE e SDS realizaram nesta sexta segunda fase da Operação Trevo (Foto: Marina Barbosa / G1)Rodrigo de Freitas (D), secretário-executivo de Defesa
Social, ressaltou cooperação entre SDS e PF
(Foto: Marina Barbosa / G1)







O jogo do bicho foi o alvo da segunda fase da Operação Trevo, que na semana passada desarticulou um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro que atuava em 13 estados da federação por meio de jogos do bicho, montagem de máquinas caça-níqueis e comercialização irregular de títulos de capitalização. Na operação desta sexta-feira (21), as investigações se limitam à Região Metropolitana do Recife e envolvem o cumprimento de 43 mandados de busca e apreensão. Até o final do dia, R$ 373 mil foram apreendidos, mas ninguém foi preso.
"Esta fase pretende colher provas do envolvimento de organizações criminosas no jogo do bicho. Depois disso, esse material será devidamente analisado pelo Poder Judiciário", afirma o superintende regional da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro. Segundo ele, a Justiça Estadual vai determinar se novas prisões serão realizadas através do conteúdo dos documentos apreendidos e dos depoimentos recolhidos durante o dia. Por isso, nenhum mandado de prisão foi expedido nesta etapa das investigações por conta dos crimes fiscais. A única prisão foi motivada pelo porte ilegal de munições. "Hoje, nosso objetivo é obter provas para que os envolvidos possam ser condenados", reforça Cordeiro, lembrando que a Vara de Crimes contra a Ordem Pública passou a competência da operação para a 2ª Vara Criminal de Pernambuco.




O dinheiro encontrado nesta manhã estava nas residências dos representantes de duas bancas que oferecem o jogo do bicho no Recife. Foram executados 40 mandados de busca e apreensão e 25 conduções coercitivas -- quando a ordem judicial obriga a pessoa a prestar depoimento. Depois disso, todas essas pessoas foram liberadas. Já o material recolhido será contabilizado na sede da Polícia Federal, no Bairro do Recife, e no Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais da Polícia Civil (Depatri).
"Os resultados mostram que há um fenômeno criminal complexo, de grande volume financeiro, envolvido com o jogo do bicho", comenta o secretário-executivo de Defesa Social de Pernambuco, Rodrigo Bastos de Freitas, que ressaltou a colaboração entre a SDS, a Polícia Federal e a Polícia Civil no decorrer da operação. No total, 160 policiais estão envolvidos na ação, que investigou 16 estabelecimentos comercias ligados ao jogo do bicho em 19 localidades do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
Entenda o caso
A Operação Trevo investiga três organizações criminosas acusadas de agir em 13 estados em um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro por meio de jogos do bicho, exploração de máquinas caça-níqueis e comercialização irregular de títulos de capitalização. De acordo com a Polícia Federal, em Pernambuco, na fase anterior da operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva, dos quais um suspeito foi solto por determinação da Justiça;  4 mandados de prisão temporária, e todos foram soltos por decisão judicial; 29 mandados de busca e apreensão; apreensão de R$ 2 milhões, 360 mil dólares, sequestro de valores financeiros em conta bancárias na ordem de R$ 130 milhões, e sequestro de 19 veículos de luxo e dos imóveis em nome dos investigados.
Segundo a Polícia Federal, os valores arrecadados em loterias estaduais eram repassados a entidades filantrópicas de fachada, de modo que o dinheiro ilícito voltasse ao grupo. Estima-se que as ações criminosas tenham movimentado mais de R$ 1 bilhão em todo o País. Além de Pernambuco, há investigações em andamento no Rio Grande do Sul, Alagoas, Amazonas, Goiás, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Espírito Santo, Pará, Piauí e Minas Gerais.
Do G1 PE

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