quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Novo equipamento calcula intensidade da estiagem no Nordeste

Do G1 PE






Os meteorologistas anunciaram a criação de um programa de computador capaz de calcular a intensidade das estiagens, ajudando a planejar as ações para reduzir os impactos da falta de chuvas. Será o monitor de secas do Nordeste, ferramenta que conta com apoio do Banco Mundial. O sistema foi mostrado em reportagem exibida no NETV 2ª Edição desta quarta-feira (5).
A inspiração veio do mapa de secas dos Estados Unidos. As informações chegam dos institutos de meteorologia de toda região e são reunidas em um mapa com cinco cores diferentes. Quanto mais grave a seca, mais escura é a cor. 
“Ele traz uma grande novidade na forma de ter informações precisas sobre o estado da seca, se ela está mais intensa ou menos intensa e levando em conta não só os aspectos técnicos, se choveu ou se não choveu, como está a umidade do solo, como é que está o estado da vegetação, mas também o impacto na vida das pessoas, dos agricultores, dos recursos hídricos”, explicou a professora de meteorologia da Universidade de São Paulo (USP), Maria Assunção Dias, uma das idealizadoras do projeto.
Os mapas com as informações sobre a intensidade da seca no Nordeste vão ser atualizados a cada mês e serão divulgados na internet. A ideia é produzir estes mapas semanalmente no futuro e ampliar o banco de dados com o diagnóstico da seca em todo o país. A partir destas informações serão adotadas ações específicas para minimizar os impactos da estiagem, de acordo com a gravidade da seca em cada município.
“Estas ações podem ser desde uma campanha para a redução do consumo até um rodízio ou um racionamento mais intenso. O importante é que você tenha as ações estruturadas e você possa atuar em tempo hábil, minimizando o impacto da seca para a população ou outros setores, no caso da agricultura, pecuária, enfim, todos que precisam da água para a sua atividade”, afirmou o presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Marcelo Asfora.
Gestão dos reservatórios
Um dos reflexos do monitor das secas é a gestão dos reservatórios. O uso da água da barragem de Jucazinho, no Agreste do estado, responsável pelo abastecimento de 16 municípios, já está levando em conta a classificação de seca severa indicada no mapa.  A vazão do reservatório foi reduzida para água durar até o próximo período chuvoso, em junho do ano que vem.
“A retirada da água de cada barragem vai ser em função do monitor de secas, em função da sua severidade em relação à intensidade, em relação à duração da seca. Se você tiver uma maior duração, o seu controle, seu planejamento vai ter que ser mais rígido. Se tiver menor duração você faz um mais suave. Nós temos que conviver com a seca e isso é uma das formas de convivência com a seca. É a garantia do máximo de tempo de fornecimento de água para o consumo humano”, afirmou o diretor da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) no Agreste, Leonardo Selva.

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