terça-feira, 24 de abril de 2012

Em PE, ossos achados são humanos e podem ser de vítima de canibalismo


Alguns pedaços dos ossos encontrados enterrados em uma casa no bairro de Rio Doce, em Olinda, são mesmo humanos. A Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco informou que o exame do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou, na segunda-feira (23), que o material pode pertencer a outra vítima do trio suspeito de assassinar, comer a carne e enterrar duas mulheres em Garanhuns, no Agreste pernambucano. O material foi encontrado no último sábado (21), pela Polícia Civil.

Junto aos ossos humanos, havia também restos de animais. O material coletado já seguiu para o Instituto de Criminalística (IC), para a realização de exames de DNA, que poderão identificar se realmente pertence a uma adolescente desaparecida desde 2008, em Olinda. Os suspeitos ajudaram a indicar a localização exata onde a vítima teria sido enterrada, em uma residência na Rua A, nas proximidades de uma casa na qual os três moraram, em 2008. Na ocasião, o trio apontou, separadamente, um mesmo local, onde, após escavações, estavam os restos enterrados.

 De acordo com o delegado Osvaldo Morais, chefe de operações da Polícia Civil, está sendo aguardada a confirmação dos exames para seguir as investigações a respeito desse caso. "Mesmo que os ossos não sejam da adolescente desaparecida, eles já vão responder por mais esse crime, de ocultação de cadáver", falou. A jovem desaparecida pode ser a mãe de uma menina de 5 anos, que morava com o trio em Garanhus e teria presenciado os crimes contra as duas mulheres da cidade.

A SDS informou que exames de DNA serão realizados ainda esta semana em parentes da adolescente desaparecida, para saber se a criança realmente é sua filha. Segundo informações da juíza da infância de Garanhuns, Karla Peixoto, uma amostra de sangue da menina já foi colhida no último dia 19 de abril.

O prazo para a divulgação dos resultados é de 15 dias. As investigações da polícia apontam que o trio é realmente suspeito de cometer os três homicídios - os dois em Garanhuns e um em Olinda. Ainda não há indícios que mostrem envolvimento deles em outros assassinatos. "Não temos confirmações de que eles estariam relacionados a outros crimes, como um na Paraíba.

Não apareceram nomes de pessoas desaparecidas nem nada", contou o Osvaldo Morais.

 Entenda o caso
O homem de 50 anos e duas mulheres, de 51 e de 21, foram presos no dia 11 de abril na casa em que moravam, no município de Garanhuns, no Agreste. No local, foram encontrados os corpos de duas mulheres enterrados. De acordo com as investigações, eles atraíam as vítimas com falsas promessas de emprego, em vários locais onde moraram.

Além das duas mulheres, a polícia investiga outros seis homicídios, sendo um deles na Paraíba e o restante em Pernambuco. As duas mulheres foram encontradas em Garanhuns após a família de uma delas levar à polícia a fatura de um cartão de crédito de uma das vítimas desaparecidas. As imagens de estabelecimentos onde as compras foram efetuadas levaram a polícia até os suspeitos. O trio confessou os assassinados e revelou ainda que comia a carne das mulheres. Eles teriam chegado a produzir salgados, como coxinhas e empadas, que seriam vendidas na cidade.


 Vitor Tavares Do G1 PE

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