O vice-governador João Lyra Neto (PDT) refutou, ontem, as especulações de que não assumiu o Governo do Estado, por ter interesse em disputar a Prefeitura de Caruaru. Pela legislação eleitoral, se ele ocupasse o cargo, ficaria inelegível este ano. Especulações indicam que as relações entre Lyra e o prefeito José Queiroz (PDT) estão estremecidas, mas o vice garantiu que ainda está se recuperando da cirurgia cardíaca e recebeu orientação médica para não substituir o governador.
Sendo assim, já que o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa, não pode ocupar o cargo para não tornar sua filha, Geovana Uchoa, inelegível na disputa pela Prefeitura de Igarassu, quem assumiu interinamente o Governo do Estado foi o presidente do Tribunal de Justiça, Jovaldo Nunes, pela segunda vez, este ano.
“Não há possibilidade alguma para que eu dispute a Prefeitura de Caruaru. Minha missão como prefeito já foi cumprida em dois mandatos, em 1987 e em 1997. Agora, quero cumprir até o fim meu mandato como vice-governador e esperar que, em 2014, o governador Eduardo Campos resolva o que será feito”, disse Lyra. Vale lembrar que, em 2014, há uma tendência de que Campos dispute outro cargo eletivo e, para isso, teria que se afastar nove meses antes e o vice assumiria o Governo.
No último sábado, um dia antes de o governador embarcar para os Estados Unidos, João Lyra o informou que não poderia substituí-lo porque seus médicos ainda não o tinham liberado para o ofício. E, mesmo assim, somente na última segunda-feira a assessoria de Imprensa do Palácio comunicou que o substituto seria Nunes.
O governador em exercício, Jovaldo Nunes, disse ter recebido a notícia de que ocuparia o posto no início da noite de antontem. “Como na vez anterior, não farei nada fora dos limites. Só farei aquilo que o governador Eduardo Campos faria em circunstâncias normais. O chefe da Casa Civil, Tadeu Alencar, ficou de me passar os compromissos e despachos da agenda a serem cumpridos”, informou.
JAMILLE COELHO - da Folha de Pernambuco
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