terça-feira, 17 de maio de 2011

Partidos discutem consenso para reforma política


SÃO PAULO (AE) - Quatro partidos da base do governo Dilma Rousseff se reuniram ontem, em São Paulo, em torno do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a estratégia conjunta para a votação de uma proposta de consenso de reforma política pelo Congresso Nacional. No encontro, estavam representantes do PT, PDT, PCdoB e PSB que decidiram fazer novas reuniões para fechar um projeto comum. Após duas horas de reunião, os partidos concordaram em apresentar ao Congresso um documento conjunto com as propostas das legendas, que incluirá também sugestões da sociedade civil.

De acordo com o deputado Rui Falcão, presidente nacional do PT, os partidos conseguiram chegar a um consenso sobre a defesa do sistema de voto proporcional, manutenção do voto obrigatório, fidelidade partidária e financiamento público exclusivo das campanhas. “Há um consenso de que o financiamento responde a uma série de anseios para controle das campanhas e tem um sentido democrático mais forte que leva a disputa a um nível de igualdade (política) maior”, disse o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.

Para os dirigentes, a união entre as quatro legendas em torno da proposta de reforma política já é “um avanço” e pode ajudar a pressionar o Congresso a colocar o tema em votação ainda neste ano. “Esse tipo de reunião não existia e agora vamos realizar periodicamente”, revelou Rabelo. Segundo Falcão, além dos quatro partidos da base, outros partidos também devem ser procurados.

Lula foi escolhido recentemente pela Executiva do PT como uma espécie de embaixador da legenda que busca o consenso entre os partidos para uma proposta de reforma política. O ex-presidente deixou a reunião de hoje sem falar com os jornalistas.

UNIFICAÇÃO
Outro ponto que os partidos devem aprofundar é a data única para eleições nas três esferas de governo - município, estado e federação. “Tem muita gente defendendo a coincidências das eleições”, disse o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que preside o PSB e apresentou a proposta na reunião.
De acordo com representantes dos partidos, a proposta de sistema de voto em lista não foi discutida neste primeiro encontro porque não há consenso sobre ela. “Isso vai ficar para o futuro”, afirmou Falcão. Outro tema que foi consenso entres os partidos foi a ampliação da participação popular na apresentação de projetos de lei ao Congresso, com a redução das assinaturas necessárias. Hoje, para ser aceito, um projeto precisa reunir 1 milhão de assinaturas.

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