terça-feira, 3 de novembro de 2009
Micro-ônibus invade calçada, mata adolescente e deixa três feridos no ABC
Um adolescente de 15 anos morreu após ser atropelado por um micro-ônibus que invadiu uma calçada em Santo André, no ABC, na noite de segunda-feira (2). Outras três pessoas também foram atropeladas e ficaram feridas. Os moradores do local ficaram revoltados, e protestaram até a madrugada desta terça-feira (3) com fogo, paus e pedras.As quatro pessoas atropeladas conversavam na porta de um bar. Wesley Ribeiro da Silva, de 15 anos, morreu na hora. Ele morava com a família na parte de cima do estabelecimento. “Eu saí, fui para a reunião da igreja, ele ficou dentro da minha casa assistindo televisão e pediu R$ 2 pra minha esposa para comprar uma bolacha. Ele desceu para comprar, e perdeu a vida”, disse o pai do jovem, Velcide Ribeiro da Silva.
Ele reclamou da imprudência dos motoristas nas ruas do bairro. “A velocidade deles é altíssima, eles não respeitam o limite, são curvas perigosas”, afirmou.
O motorista do veículo, de 33 anos, fugiu para escapar de ser linchado pelos manifestantes. O micro-ônibus que ele dirigia teve os vidros destruídos antes da chegada da polícia. “Ele relata que o assento soltou-se na curva e que ele perdeu o controle nesse momento”, explicou o delegado Roberto Von Haydin Júnior.
Os moradores colocaram fogo em dois micro-ônibus e também queimaram uma guarita para bloquear a rua. Motoristas precisaram retornar na contramão. No terminal de ônibus, mais fogo e destruição.
As manifestações continuaram até 3h no local do atropelamento. Pedras foram atiradas contra a polícia, que respondeu com balas de borracha. Em seguida, o protesto seguiu para a Avenida dos Estados, importante ligação entre a capital e a região do ABC. Os manifestantes atiraram paus e pedras nos carros que passavam.
Até o guincho chamado para retirar os veículos virou alvo dos manifestantes. Imagens gravadas por um cinegrafista amador mostram o momento em que mais de 20 pessoas tentavam jogar o caminhão dentro do córrego.
“A gente amarrou o ônibus ali e puxamos para sair da muvuca, que o pessoal estava acabando de arregaçar o resto do ônibus. Aí, quando a gente veio para cá, não viu a aglomeração. Os caras já estavam dentro do caminhão, do ônibus, jogando no chão, metendo fogo”, afirmou o motorista do guincho, Francinaldo Tomasini.
Depois de fugir do linchamento, o motorista que provocou o acidente se entregou à polícia. Ele foi autuado por homicídio culposo, sem intenção de matar. Ele pode pegar seis anos de cadeia se os exames comprovarem que ele estava embriagado.
Um dos feridos, um homem de 31 anos, corre o risco de perder uma das pernas. As outras duas pessoas que sobreviveram ao atropelamento tiveram ferimentos leves. Nenhum manifestante foi preso.
Do G1, com informações do Bom Dia São Paulo
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