O governador Eduardo Campos (PSB) garantiu, ontem, que a suposta candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB/ SP) à Presidência da República, em 2010, não trará problemas para a sua reeleição. “Não faço política em benefício próprio. Tanto é que, em 2006, eu e o Ciro queríamos apoiar (oficialmente) o Lula. Isso me permitiria ter o Lula no guia. Mas o nosso partido preferiu fazer uma aliança branca (com o presidente)”, destacou, após participar do IX Fórum de Governadores do Nordeste, em Fortaleza, Ceará. Ao contrário do que afirma, Campos pode sim sair prejudicado na hipótese de o PSB lançar Ciro. Nesse caso, ele teria que pedir votos para o correligionário e não para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), possível candidata do PT.
Outro problema para Eduardo Campos com Ciro Gomes no páreo seria o impedimento de explorar a imagem do presidente Lula em seu material de campanha. A Justiça Eleitoral determina que, neste cenário, o governador vincule sua imagem ao candidato de sua legenda e não a integrantes de outras siglas. Em 2006, como o PSB não teve candidato a presidente, Eduardo ficou livre para usar Lula no seu guia e nos seus panfletos. Apesar da proibição legal, já que o PT tinha como postulante em Pernambuco o hoje secretário estadual Humberto Costa (Cidades), o socialista preferiu arriscar e, posteriormente, defender-se na Justiça.
Questionado se o PSB já havia se definido quanto à candidatura de Ciro, Eduardo Campos emendou o discurso praxe de que até fevereiro os socialistas e o presidente Lula chegarão a um consenso. Nesse período de tempo ficou acertado entre as lideranças que Ciro continuará viajando o País para fortalecer sua candidatura.
ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)
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