Em um ataque inesperado e inexplicável de fúria, uma mulher matou outra e feriu mais duas a facadas, no início da noite dessa quinta-feira (19), em Cruz de Rebouças, Igarassu, Região Metropolitana do Recife. Nunca tinha visto as vítimas na vida. Como explicação para o homicídio e as duas tentativas de assassinato, Patrícia Paulo Santana, 29 anos, contou que as três vítimas “atrapalharam seu plano de assassinar duas mulheres que estão presas no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP)”, em Itamaracá, Grande Recife. “Ela morreu porque tentou me atrapalhar. Não me arrependo de nada”, afirma ela, que foi detida minutos após o crime.
A mulher que morreu, Adeilda Salviano do Nascimento Barbosa, 34, andava tranquilamente pela BR-101, em Cruz de Rebouças, acompanhada do filho, de apenas 2 anos, quando esbarrou na acusada. Como julgou ser um encontrão normal, ocorrido em um local onde várias pessoas circulam todos os dias, continuou o caminho e entrou em uma loja de bijuterias. Escolhia alguns presentes quando recebeu as facadas. O menino assistiu a tudo.
Após dar as facadas em Adeilda, a acusada fugiu. No meio do caminho, também esfaqueou Isadora de Oliveira Lima, 24 anos, que aguardava para atravessar a rua, e uma mulher não identificada. “Nunca vi essa mulher. Estava com minha tia e meu filho quando ela perguntou por que eu olhava para ela. Antes que ele dissesse qualquer coisa ela me agrediu. Coloquei a mão na frente e acabei me ferindo”, explicou Isadora. Ela foi encaminhada à Unidade Mista de Igarassu, levou nove pontos na mão esquerda e foi liberada. A terceira vítima também ficou ferida na mão. Na Unidade Mista, foi medicada e recebeu alta.
Segundo o delegado Paulo Clemente, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a acusada aparenta problemas mentais. “Ela disse não ter premeditado o crime. Mas ninguém anda com uma faca por aí e depois resolve matar outra por conta de um encontrão na rua”, comentou.
Detida por policiais militares do 17º BPM, inicialmente a acusada foi levada para a Delegacia de Cruz de Rebouças. Várias pessoas se amontoaram na frente do prédio. Em um só coro, chamavam-na de assassina e pediam justiça. “Tivemos que reforçar a segurança para garantir a integridade da acusada”, contou o chefe de investigação da delegacia, José Carlos.
A acusada e as duas feridas foram, em seguida, levadas para a sede do DHPP, na Imbiribeira, onde prestaram depoimento. Patrícia iria passar por exame psiquiátrico para comprovar se possui problemas mentais – ela diz ter passado cinco anos no HCTP por tentativa de homicídio.
O corpo de Adeilda Salviano do Nascimento Barbosa foi periciado e levado para o IML. No local do crime, a família dela estava inconsolável. “Por quê?”, perguntava a mãe, em prantos.
Diogo Menezes
dmenezes@jc.com.br
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