
Um sapateiro aposentado de 78 anos passou seis dias preso no Aníbal Bruno por um crime que aconteceu há 42 anos. Ele era acusado de homicídio, mas nunca teve a prisão decretada nem foi a julgamento.
Quem viveu esse drama foi Celestino Eugênio da Silva (fotos 1 e 2). O aposentado de passos lentos e saúde frágil foi preso no Recife seis dias atrás, pelo crime em que não teve participação. Na sala da direção do presídio, Celestino enxugava as lágrimas e alegava inocência.
“Nunca me envolvi em crime nenhum. Não sei como aconteceu uma coisa dessa”, disse Celestino enxugando as lágrimas.
O mandado de prisão é de 1999 e revoga a liberdade provisória - um benefício que ele nunca recebeu, porque não havia prisão decretada contra ele que seria julgado por um júri popular.
“A prisão dele é completamente ilegal. No Direito brasileiro só pode prende alguém antecipadamente, ou seja, antes da sentença se a prisão for de forma cautelar, em flagrante, preventiva, administrativa ou decorrente da esfera cível”, explicou a advogada Janice Basílio (foto 3).
A cópia do processo mostra a lentidão e a burocracia da Justiça, numa história que se arrastou por 42 anos. O crime foi praticado em 1967 e só nesta quarta-feira (20), sem que o réu tivesse sido julgado, depois de uma prisão contestada na Justiça o processo chegou ao fim.
No final da tarde, o alvará de soltura determinou a extinção do processo porque o prazo para o julgamento do crime foi prescrito. Chorando, ao lado da filha, seu Celestino deixou o presídio.
“Graças a deus ele foi solto. A família está toda revoltada. Esperamos justiça”, declarou a filha de Celestino, Mauricéia da Silva, quando acompanhou o momento
Da Redação do pe360graus.com
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