quinta-feira, 21 de maio de 2009

Aposentado é preso por crime que nunca cometeu no Recife


Um sapateiro aposentado de 78 anos passou seis dias preso no Aníbal Bruno por um crime que aconteceu há 42 anos. Ele era acusado de homicídio, mas nunca teve a prisão decretada nem foi a julgamento.

Quem viveu esse drama foi Celestino Eugênio da Silva (fotos 1 e 2). O aposentado de passos lentos e saúde frágil foi preso no Recife seis dias atrás, pelo crime em que não teve participação. Na sala da direção do presídio, Celestino enxugava as lágrimas e alegava inocência.

“Nunca me envolvi em crime nenhum. Não sei como aconteceu uma coisa dessa”, disse Celestino enxugando as lágrimas.

O mandado de prisão é de 1999 e revoga a liberdade provisória - um benefício que ele nunca recebeu, porque não havia prisão decretada contra ele que seria julgado por um júri popular.

“A prisão dele é completamente ilegal. No Direito brasileiro só pode prende alguém antecipadamente, ou seja, antes da sentença se a prisão for de forma cautelar, em flagrante, preventiva, administrativa ou decorrente da esfera cível”, explicou a advogada Janice Basílio (foto 3).

A cópia do processo mostra a lentidão e a burocracia da Justiça, numa história que se arrastou por 42 anos. O crime foi praticado em 1967 e só nesta quarta-feira (20), sem que o réu tivesse sido julgado, depois de uma prisão contestada na Justiça o processo chegou ao fim.

No final da tarde, o alvará de soltura determinou a extinção do processo porque o prazo para o julgamento do crime foi prescrito. Chorando, ao lado da filha, seu Celestino deixou o presídio.

“Graças a deus ele foi solto. A família está toda revoltada. Esperamos justiça”, declarou a filha de Celestino, Mauricéia da Silva, quando acompanhou o momento

Da Redação do pe360graus.com

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