domingo, 13 de dezembro de 2009

Hospital público do Rio tem acervo de objetos engolidos por pacientes


Inspirados em histórias como a da mulher que engoliu um cordão de ouro para não ser flagrada pela polícia, o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, expõe em seu hall de entrada objetos nada convencionais que foram engolidos pelos pacientes nos seus mais de 100 anos de existência..

Entre as histórias mais conhecidas está a de um pai que obrigou o próprio filho a engolir um mini escudo do Fluminense. A aposta feita com um amigo durante o jogo do tricolor com o Flamengo obrigava o torcedor a engolir o escudo do time perdedor. Como o pai não teve coragem de ingerir o objeto de aproximadamente 3cm, pediu que o filho de apenas três anos cumprisse a aposta. A data da ocorrência se perdeu no registro de papel, mas o nome do médico e a história ficaram na memória da instituição.



“Virou tradição aqui no Souza Aguiar guardarmos objetos esquisitos que as pessoas ingerem. Muitas vezes, as histórias são curiosas, outras se tornam trágicas, porque precisamos fazer cirurgias para retirar esses objetos”, contou o diretor do hospital, Josué Kardec.

Aparelhos usados há 50 anos

Anéis, pedras e moedas são os objetos mais comuns ingeridos pelos pacientes. No acervo, estão ainda ossos de galinha, alfinetes e agulhas. Segundo Kardec, o procedimento para retirar uma agulha, por exemplo, pode ser feito fazendo com o paciente ingerindo chumaços de algodão.

“É uma forma de revestir a agulha e evitar que ela perfure alguns órgãos”, contou.

Além do quadro que reúne objetos ingeridos por pacientes, a exposição mostra utensílios cirúrgicos e aparelhos que eram utilizados há mais de 50 anos.

Uma caixa de madeira usadas por oftalmologistas para medir o grau de cada paciente está entre as relíquias. A medição do grau a ser utilizado pelo paciente era feita experimentando-se todas as lentes do imenso estojo.

Exposição

A exposição no Souza Aguiar foi montada em 2007, para a comemoração do centenário do hospital. Segundo Kardec, o objetivo é reunir outras relíquias para montar um memorial no local.

“É um esforço enorme, temos andares inteiros com prontuários e objetos antigos. O projeto é expandir essa exposição, porque isso é história”, disse.

Do G1, no Rio

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