domingo, 27 de dezembro de 2009

Clubes do Interior largam na frente


Todo começo de temporada é assim. Com o calendário vazio no final do ano, os clubes do interior pernambucano começam a preparação física com bastante antecedência em relação ao Trio de Ferro da Capital para a disputa do Estadual. O ganho de tempo é notável, principalmente, nos primeiros jogos da competição. “É no aspecto físico que os clubes da Capital sempre sofrem no começo de temporada. Nas primeiras partidas, os times que têm o tempo de preparação ideal levam vantagem”, avalia Guilherme Ferreira, que foi preparador físico do Náutico durante 11 anos e esteve no Santa Cruz no ano passado.


Com o rebaixamento de Sport e Náutico para a Série B, além da permanência do Santa Cruz em busca de uma vaga para a Série D, a queda do nível técnico do futebol local parece inevitável. Dessa maneira, as equipes que conseguirem impor um maior vigor físico terminarão se sobressaindo. Para isso, de acordo com Ferreira, é necessário que haja um planejamento nos treinamentos e uma pré-temporada que chegue na casa dos 15 dias.



Como a maioria das equipes do Interior vê no Campeonato Pernambucano a única chance para a disputa de outras competição na temporada - como a classificação para a Copa do Brasil ou Série D -, a formação do elenco e a planilha de testes físicos são executadas de maneira antecipada. “Nenhum atleta estará durante os 12 meses do ano no ápice. Então, tem que haver um planejamento de treinamento para deixar a equipe no auge em determinada época da temporada”, analisa Ferreira.



O Ypiranga é um dos times do Interior que parecem estar tirando melhor proveito da possibilidade de realizar uma longa pré-temporada. De acordo com o vice-presidente da Máquina de Costura, Flávio Pontes, o elenco, que está fechado desde outubro, já está trabalhando as partes física e técnica desde o dia 4 de novembro. Com isso, quando os jogadores de Náutico e Sport se representarem, os atletas alviazulinos já terão treinado por exatos dois meses.



“Queremos ter a chance de estar mais preparado física e tecnicamente. Estamos com o mesmo nível de trabalho de 2006 (na ocasião, o time de Santa Cruz do Capibaribe, por muito pouco, não conquistou o primeiro turno do Pernambucano). Estamos trabalhando com uma equipe completa, que inclui nutricionista e fisiologista”, diz Flávio Pontes. “O que tiver de erro nós queremos consertar agora para não ter que mudar ao longo do campeonato”, completa.



Outro que time larga na frente é a Acadêmica Vitória. O presidente do clube, Paulo Roberto Arruda, montou uma boa estrutura para os atletas, que começaram a treinar no dia 2 deste mês. Nesse dia, o grupo passou por uma avaliação com o fisiologista Róbson Paiva para medir o Índice de Massa Corpórea (IMC) de cada atleta. A partir do resultado coletado foi traçado um programa de treinamento específico. “O time está bem preparado. Temos que fugir do padrão de nivelamento dos times daqui se não viramos saco de pancada”, afirma Paulo Roberto.

BRENNO COSTA(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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