terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Universitário que ganhou idenização do Estado é enterrado


Uma despedida cheia de dor e muito carinho. Foi assim que a família do estudante Marcos José de Oliveira, de 27 anos, acompanhou o enterro do universitário na tarde desta segunda-feira (21), à 16h, no Cemitério de Santo Amaro. A história de Marcos ficará marcada como um exemplo de luta pela vida e pela Justiça.

"Ele pedia para ver o sol, sair das quatro paredes do hospital para ver a vida. Agora, ele vai ver uma vida que ninguém vai tirar dele", falou a tia, Gercina Primo. O caso de Marcos é único na Justiça e na Medicina de Pernambuco. Ele ficou tetraplégico depois de levar um tiro no ouvido durante tentativa de assalto, no Recife, em 20606. A partir daí, foram três anos de uma batalha que foi decidida no Supremo Tribunal Federal, em busca de um tratamento digno.

O Estado foi obrigado a pagar R$ 279 mil pela cirurgia de implantação de um marcapasso diafragmático. Esta era a única solução para que Marcos pudesse respirar sem a ajuda de aparelhos. Em 2008, uma renomada equipe médica veio dos Estados Unidos, pela primeira vez, para realizar uma operação em Marcos. A cirurgia custou cerca de R$ 300 mil e foi realizada em abril de 2008.

O longo tempo que passou no hospital deixou a saúde dele frágil. Constantemente, Marcos tinha que enfrentar as infecções e, há dois dias, ele precisava de aparelhos pra respirar.

No domingo (20), Marcos passou o dia de bom humor, recebeu visitas e só às 23h ele começou a se sentir mal. Era uma bolha de ar que pressionava o pulmão e o coração dele. A equipe médica agiu rápido ao realizar uma drenagem para retirar o ar, mas ele não resistiu e morreu pouco antes da 1h da madrugada desta segunda.

Segundo os médicos, a causa da morte foi o pneumotorax hipertensivo. O médico Élder Corrêa, que acompanhava marcos há três anos, explica que ele teve uma crise respiratória parecida com uma crise de asma. "Com a crise o pulmão dele fechou a passagem de ar, o que para um paciente acamado por um longo período de tempo é embolia pulmonar", disse.

Marcos tinha corpo de atleta, gostava de música e deixa um filho de dois anos e oito meses que nasceu quando ele já estava internado no hospital. Ele morreu na semana em que faria a última cirurgia pra deixar o hospital.Seria uma cirurgia simples: uma correção na face. A família, que esperava levá-lo pra casa no final de janeiro, teve enterrar o jovem alegre, vítima da violência.

Da Redação do pe360graus.com

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