quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Menino com agulhas no corpo deixa UTI e já brinca e conversa com a mãe na enfermaria de hospital

O menino de dois anos que teve agulhas colocadas por todo o corpo deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Ana Neri, em Salvador. Mesmo diante da gravidade do caso, o menino conversa e brinca com a mãe, Maria de Souza Santos, de 38 anos, que o acompanha desde o dia 9 de dezembro, quando foi feita a descobertas das agulhas no corpo do garoto. Ela deixou os outros cinco filhos com a mãe, em Ibotirama, interior do Estado, onde a família mora.


Os médicos conseguiram retirar ao menos 22 agulhas do corpo do menino. Outras nove ainda estão no corpo do garoto. Ele precisará frequentar o hospital por ao menos cinco anos para tratamento, como informaram os médicos à família. As agulhas foram enviadas pelo hospital à Polícia Civil, que investiga o caso. O ex-padrasto do menino e outras duas mulheres são acusados de terem colocado as agulhas durante rituais de magia negra. Os três estão presos.


Maria diz os médicos lhe disseram que a recuperação do garoto não vai demorar. Ela disse estar aliviada com a melhora do filho e falou sobre o desespero da descoberta das agulhas.


- Graças a Deus. Rezei muito para que ele melhorasse. Não sei explicar o que senti [quando descobri as agulhas]. Qual mãe que não fica preocupada?


Ela não gosta de lembrar que o ex-marido é o suspeito pelo crime.


- Não gosto de lembrar. O passado maltrata ainda mais a mim e meu filho.


A mãe do menino prestou nesta terça-feira (29) o último depoimento para a polícia concluir o inquérito. De acordo o advogado da família, Rômulo Reis da Silva Chaves, Maria falou sobre as mudanças de comportamento que havia percebido no ex-marido e disse que não via as marcas das agulhas na criança.


- O médico mostrou as agulhas para ela [Maria]. São todas pretas, o que prova que eram mesmo usadas em magia negra.

Ajuda


Maria trabalhava de empregada doméstica, mas teve de sair do trabalho para acompanhar o filho na internação para a retirada das agulhas. Os outros cinco filhos – de 14, 13, 11, cinco e quatro anos – estão com a mãe, que tem 85 anos.


Com isso, a família enfrenta dificuldades financeiras. Além disso, Maria tem medo de voltar para Ibotirama, já que os suspeitos moram na cidade.


A associação de moradores de Ibotirama faz uma campanha para arrecadar dinheiro e donativos para a família de Maria. As doações podem ser entregues na delegacia da cidade e o dinheiro pode ser depositado em uma conta no banco Bradesco: agência 0869-9 conta 2009-5.

Carolina Farias, do R7

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