terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Estudantes lotam auditório para comemorar gratuidade da UPE
Nesta segunda-feira, estudantes da Universidade de Pernambuco (UPE) encheram o auditório da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP) para comemorarem uma data histórica. Uma assinatura do governador Eduardo Campos pôs fim as taxas que eram cobradas na instituição. Com o decreto, que começa a valer a partir de janeiro de 2010, a UPE deixa de ser a unica Universidade estadual do país que não era gratuita.
"Os estudantes, funcionários e professores sempre consideraram que a gratuidade era um dever do Estado. Com ela, nós podemos promover de fato a inclusão social", afirmou o reitor da UPE, Carlos Calado.
Após a assinatura do decreto, autoridades e líderes do movimento estudantil se pronunciaram sobre a medida. A cada intervalo entre um discurso e outro, os alunos, em sua maioria ligados a movimentos estudantis, se manifestavam comemorando a conquista. Desde sua fundação, há 18 anos, a UPE cobrava taxas dos seus alunos. As mensalidades variam entre R$ 27 e R$ 110. Entre os 15 mil alunos da instituição, 55% pagavam alguma taxa.
O Governador Eduardo Campos afirmou que gostaria de ter assinado a gratuidade desde o ano passado, mas que, diante das dívidas e da necessiadde de investimeto na área de saúde da UPE, ele adiou o plano. "É mais um passo na valorização da nossa universidade e do conhecimento", falou. Ele ainda destacou que, durante os três anos de governo, os investimentos na instituição aumentaram em 50%, passando de R$ 214 milhões anuais para R$ 315 milhões.
Os recursos para suprir a ausência das taxa virão do tesouro do Estado. O reitor da Universidade, no entanto, afirmou que a instutuição não vai se contentar apenas com ele. "A Universidade tem obrigação de buscar mais investimentos junto à órgãos como Facepe, Capes e CNPQ", defendeu.
Entre os estudantes que comemoraram o decreto está Ítalo Vieira, que veio de Petrolina, onde estuda enfermagem. "R$ 73 um desembolso considerável dentro do orçamento", afirma o estudante, que vai pagar o último boleto de cobrança da instituição. "Agora, a UPE deu um passo importante em direção a sua autonomia", completa.
Tamires Lucena, que cursa Educação Física no campus do Recife, também fez questão de ir presenciar o que ela considera um momento histórico. Ela e os amigos acamparam desde ontem ao lado do auditório, enquanto produziam faixas para o evento. Tamires, que também cursa disciplinas que estão fora da sau grade, pagavaR$ 113 reais mensais. "A cada semestre o valor da minha mensalidade aumentava. Agora, tivemos uma resposta a uma luta antiga, que sempre foi a pauta principal dos estudantes da UPE", diz.
Agora que a luta foi vencida, os estudantes da UPE já querem se mobilizar em outros sentidos. O presidente do Diretório de Estudantes, Divonaldo de Souza, acredita que é fundamental transformar o decreto em lei. Ele ainda acredita que, agora, é hora de os alunos reivindicarem mais políticas de assistência aos estudantes, para que os alunos mais carentes consigam não só entrar, mas permanecerem nos cursos. "Essa luta vai ter seu reinício agora, com a gratuidade", afirmou.
Do JC Online
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