O governador Eduardo Campos (PSB) se reúne hoje, às 17h30, no Palácio das Princesas, com os 33 deputados estaduais da bancada governista e um grupo de secretários. Na pauta oficial, um balanço das ações do Estado no primeiro semestre e o detalhamento das principais intervenções para o restante do ano. Embora o socialista tenha declarado, ontem, que, além de agradecer o apoio nas votações, determinará que nenhum parlamentar trate de 2010 antes do prazo, interlocutores governistas revelaram que Eduardo planeja dar início o quanto antes às articulações para juntar todos os partidos de sua base na Casa em um “chapão”.
A intenção do governador, segundo os eduardistas, é aplicar a mesma estratégia planejada para a Assembleia - o chapão -, na disputa pela Câmara Federal. Isso significa dizer que ele não vai tolerar a “rebeldia” do PR e do PP, que já anunciaram uma “chapinha” com o objetivo eleger três federais e oito estaduais. Para os governistas, Eduardo já teria dito que o anúncio não passa de espuma . À imprensa, o socialista ressaltou que vai “agradecer o apoio dos companheiros deputados e acertar os ponteiros”.
A meta de Eduardo Campos é garantir a eleição de 17 ou 18 deputados federais do conjunto de forças que o apoia, deixando a oposição com sete ou oito cadeiras, das 25 possíveis. Apesar de evitar falar sobre 2010, o governador já estaria se preparando para a disputa, tendo, inclusive, já definido alguns substitutos dos secretários-candidatos que, no início de abril, terão que deixar o Governo para cuidar de suas campanhas, por força da Lei Eleitoral.
OPOSIÇÃO
Governistas ouvidos pela reportagem deram conta de que Eduardo Campos não está preocupado com eventuais investidas do DEM em bases socialistas no Sertão - na próxima sexta-feira, a sigla leva a caravana Democratas nas Ruas aos municípios de Salgueiro, Mirandiba e Verdejantes. “Eles teriam que ter ido antes, quando eram governo. Agora, não adianta”, disparou um aliado do governador, em reserva.
Quanto ao prefeito de Ibirajuba, Josenâncio da Silva (DEM), conhecido como Galego, que anteontem declinou do apoio declarado ao governador, os eduardistas ponderaram que, nos bastidores, os democrata fará campanha para o socialista, no ano que vem. O declínio público do prefeito se justificaria como um argumento para impedir o DEM de tentar tomar seu mandato na Justiça.
ARTHUR CUNHA (FOLHA DE PERNAMBUCO)
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