quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pai é preso por dar chineladas no filho no Recife


Um pescador de 42 anos foi preso, na tarde desta quarta-feira (26), acusado de espancar o filho, de apenas 7 anos, utilizando um chinelo. O caso aconteceu na Ilha de Deus, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. As agressões ficaram confirmadas nas costas do menino, que apresentavam, pelo menos, duas marcas grandes da surra. Levado para a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), o acusado confirmou as agressões. Segundo contou, bateu no filho porque o menino foi até uma mercearia perto de casa e, sem autorização, pegou um pacote de biscoito e combinou com o dono do estabelecimento para pagar depois.

Até as 23h30, o agressor permanecia prestando depoimento, mas o delegado de plantão, Bismarck Gouveia, confirmou que ele seria autuado em flagrante por lesão corporal e, em seguida, encaminhado ao Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, Grande Recife.

“Não foi uma simples surra, que muitos acreditam ser válida para educar seus filhos. No momento da agressão, ocorrida na tarde da última segunda-feira, o acusado estava bêbado e bateu no menino por motivo fútil. Será autuado de acordo com o artigo 129, parágrafo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente. A pisa foi tão grande que, um dia depois, as marcas permanecem no corpo da criança”, afirmou Gouveia. Caso seja condenado, o pescador pode pegar de seis meses a três anos de prisão.

Ainda segundo o delegado, o acusado foi denunciado à Polícia Militar por vizinhos. “Ele já é acostumado a bater nos filhos. Vive bebendo e agredindo as crianças”, completou Gouveia.

Na GPCA, o menino confirmou ter sido agredido pelo pai. “Painho bateu muito forte”, disse. A mãe dele, uma biscateira, acha que o marido exagerou na dose, mas defendeu o acusado. “Ele fez isso porque estava bêbado. Não faz sempre. Queria que ele levasse um esporro e depois fosse solto”, disse ela. “Na segunda-feira, cheguei em casa às 23h e meu filho já estava dormindo. Hoje saí cedo e não vi as costas dele. Por isso não tomei providências”, finalizou ela.


Diogo Menezes
Do Jornal do Commercio

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