segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Jarbas fará discurso duro contra Lula


Em reação às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou a oposição a uma “doença que não tem cura”, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) irá à tribuna, hoje. Ele rebaterá as críticas do petista feitas na última quinta-feira, durante a inauguração de uma escola no Rio Grande do Norte. “Vou rebater essa coisa toda que ele falou”, revelou o peemedebista durante sua festa de aniversário, realizada no último sábado.


O peemedebista não só pincelará a postura que considerou ofensiva para com a oposição. Ele pretende ainda mostrar que os comentários, supostamente não respaldados por critério algum, de Lula acabam atingindo os próprios aliados. Um dos afetados teria sido o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Isso porque no mesmo dia em que reclamou que a oposição “fica inventando” por não ter argumentos, o presidente citou, em tom de crítica, Pernambuco, entre os Estados do Nordeste governados pela mesma família “por décadas e décadas”. Considerando-se que o socialista sucede o avô Miguel Arraes, no governo pernambucano, Jarbas deverá tocar nessa “ferida”. Apontará ainda que o petista ao elencar, além de Pernambuco, o Rio Grande do Norte e a Paraíba, nesse rol da políticas familiares acabou poupando “coincidentemente” o Maranhão, comandado tradicionalmente pela família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), aliado do Governo Federal.


Jarbas deverá ainda entrar no mérito do papel de Lula, como “esfacelador” do PT e cogitou até reclamar da atitude do petista de usar o termo de baixo calão “fdp” para classificar o ex-presidente da República Itamar Franco (PSDB). Centrado na atuação do petista, ele lembrará que o presidente passou a maior parte da vida política exercendo a oposição, encontrando-se no poder há apenas oito anos.


E as críticas podem acabar respingando na preferida de Lula para sua sucessão, a ministra da Casa da Civil, Dilma Rousseff (PT). Jarbas pretende realçar as supostas “mentiras” nas quais a mesma estaria envolvida. É provável que venha à tona a questão do mestrado e doutorado anunciados pela petista em seu currículo publicado no site da Casa Civil e desmentidos pela Unicamp. A celeuma entre a ministra e a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, também deve entrar na pauta. Enquanto Lina afirma ter tido encontro sigiloso com Dilma, esta nega o ocorrido.


RENATA BEZERRA DE MELO (FOLHA DE PERNAMBUCO)

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