sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Obras da transposição do São Francisco empregam 7 mil pessoas no Estado


Um ano e meio depois do início das obras da transposição do rio São Francisco, o projeto está em estágio adiantado no Sertão pernambucano. O objetivo é levar água para a população do semiárido nordestino, em áreas castigadas pela seca. O projeto emprega 7 mil trabalhadores - e devem ser 10 mil até o fim do ano. A previsão é de que o gasto chegue a R$ 6 bilhões.

Uma parte da obra que passa por Pernambuco, de acordo com os coordenadores, deve ser concluída em 2012. “O eixo Norte vai elevar água do Rio São Francisco até o estado do Ceará, nós vamos construir três estações de bombeamento”, diz Frederico Oliveira, coordenador geral de campo do projeto. As bombas são para que a água transponha morros e atravesse a caatinga, passando por pequenas e grandes cidades.

Paralelamente às obras do eixo Norte, estão em andamento as do eixo Leste, que devem terminar também no fim de 2010. Um canal parte do lago de Itaparica, na Bahia, e segue pela Paraíba e por Pernambuco. Pronto, terá 287 quilômetros. A água será transportada inicialmente do rio para os canais e, a partir deles, para reservatórios e açudes em quatro estados.

O projeto prevê que 1,4% da água do São Francisco seja desviado. Pelos planos do Governo Federal, essa quantidade será o suficiente para abastecer 391 municípios do Nordeste.

Para abrir espaço para os canais, a caatinga está sendo desmatada. Biólogos acompanham o trabalho e recolhem animais encontrados na área. “A partir da captura eles são levados para o nosso contêiner aqui. Esses animais são triados, ou seja, são identificados e a partir daí tomam uma destinação - ou vão pra universidade, pra coleção, ou são soltos em áreas pré-determinadas”, explicou o biólogo César Queiroz.

Casas também estão sendo destruídas. As famílias serão transferidas para 18 vilas produtivas rurais. A que está mais adiantada é a Vila Junco, em Cabrobó, com 55 casas que devem ser entregues em setembro. No local, há posto médico, centro comunitário e escola.

A mão-de-obra para construção da vila foi a população local. Alexandre Rodrigues, agricultor, se diz satisfeito. Ele recebe um salário mínimo e vai morar numa das casas novas. “Qualquer uma que vier tá bom demais, que é tudo igualzinha”, diz.

Os moradores vão receber também cinco hectares de terra, nos fundos da vila. Até lá, Alexandre vive com a mulher Francinete da Silva e com o filho num lugar onde a água passa perto, mas falta o restante. “É difícil demais a gente até arrancar um dente aqui”, fala Francinete, entre risos.

Da Redação do pe360graus.com

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