quarta-feira, 6 de maio de 2009

Lula nega pressão para saída de José Múcio


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta terça-feira que tenha recebido qualquer pressão e disse que vai manter o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, no cargo. Lula afirmou que recebeu na noite de segunda-feira os líderes do Congresso, que manifestaram apoio à manutenção do ministro.

"Não estou recebendo nenhuma pressão para que ele saia do cargo. Pelo contrário, estou recebendo apoio para que ele permaneça na função", declarou Lula, durante visita a Teresina, no Piauí, onde visitou famílias desabrigadas pelas enchentes.

Em um encontro de emergência na noite de segunda, Lula reuniu em seu gabinete o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), o líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado.

O PMDB, que já ocupa seis ministérios do governo Lula, quer ampliar a participação política no Executivo, mas negou que pretenda a pasta que tem à frente o deputado José Múcio Monteiro, do PTB.

"O ministro Múcio é bom para o PMDB. Ele é considerado imexível para nós", disse à Reuters o líder Henrique Alves.

O partido defende a presença do ministro Geddel Viera Lima (Integração Nacional) nas reuniões de coordenação política, apesar de a pasta ocupada por ele ser técnica. Esta ampliação na participação política do governo tem em vista um futuro apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial.

De olho nas eleições, Lula já autorizou o PT a discutir alianças com o PMDB nos estados. Mas o debate sobre as candidaturas abriu uma crise no PT, pois há divergências nos maiores colégios eleitorais do país.

Entre os peemedebistas, a insatisfação é com as mudanças na Infraero. A decisão de demitir afilhados políticos e até parentes dos parlamentares do PMDB e de outros partidos abriu uma nova crise na base do governo.

Setores do PT, por outro lado, voltaram a pressionar pela retomada do cargo de Múcio. O movimento se concentra na Executiva e na bancada de senadores petistas. A vaga de Múcio - que comanda a pasta há um ano e meio - seria usada para acomodar petistas ilustres hoje sem função de destaque. Desde que a articulação política foi desmembrada da Casa Civil, os petistas insistem que o cargo deveria ser do partido. Múcio substituiu Walfrido dos Mares Guia (PTB-MG), cujo antecessor foi Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Ao mesmo tempo, na segunda-feira, crescia nos bastidores a tese peemedebista de que o presidente deveria nomear José Múcio para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Líderes do partido tentam convencer Lula de que Múcio é melhor nome para o posto do que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito de Dilma Rousseff e que foi acusada de envolvimento na divulgação de gastos dos cartões corporativos do governo FH.

Indagado sobre o que achou das declarações do ex-presidente Fernando Henrique sobre a sua posição em relação ao uso as passagens aéreas de deputados federais, o presidente Lula disse que não tinha lido sobre isso. FH havia criticado o presidente por minimizar as irregularidades cometidas no uso de passagens aéreas. "Não li essas declarações. Estou feliz justamente por não ter lido".

Na semana passada, Lula afirmou que os parlamentares que usaram passagens aéreas para transportar pessoas próximas não cometeram crime e acrescentou que quando foi deputado utilizou sua cota para levar sindicalistas a Brasília.

Da Agência O Globo

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