sábado, 16 de maio de 2009

João Paulo se irrita e “chuta o balde”


O ex-prefeito João Paulo (PT) resolveu, ontem, retirar seu nome da disputa para o Senado. A justificativa anunciada por ele foi que a colocação de sua postulação causou mal-estar nas hostes petistas e entre os aliados. “Retiro meu nome da discussão do Senado. Acho que a questão central é essa (da colocação de seu nome), uma das grandes dificuldades que trouxe um desconforto e problemas internos”, disse, frisando que “militância eu faço independente de cargo”. Ele garantiu que, se tiver que ser candidato, será para deputado federal.


João Paulo foi criticado pela ala petista, ligada à corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), comandada pelo secretário das Cidades, Humberto Costa, por defender que o PT apresentasse um nome para o Senado, ainda este ano. O que acabou levando o ex-gestor a pedir aos “insatisfeitos” que o expulsassem do partido.


A celeuma tomou proporções que levou o governador Eduardo Campos (PSB) a interferir no processo, através do presidente estadual do PSB, Milton Coelho. Quando a poeira parecia estar assentada, o presidente do PT, Jorge Perez, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, na última quarta-feira, defendeu que se discuta a composição da chapa majoritária, tanto para o Senado quanto para a vice-governadoria, pois, certa mesmo, só tem a candidatura de Eduardo à reeleição.


Ontem, o ex-prefeito criticou as declarações de Perez. “É ruim e inconveniente essa discussão. Isso surgiu por conta da colocação do meu nome para a disputa do Senado. Essa questão não pode ser colocada pelo PT. É um desrespeito ao vice-governador João Lyra (PDT) e ao governador Eduardo Campos, que é o condutor do processo”, disparou. Para João Paulo, a discussão traz dificuldades na relação com o PSB, tanto em Pernambuco como no campo nacional. Segundo ele, pode comprometer a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e à reeleição de Eduardo.


De acordo com João Paulo, não houve nenhuma reunião do PT que “explicitasse essa discussão” com relação à vice-governadoria. No entanto, já estão marcados os encontros do partido em diversos municípios para discutir, entre outros assuntos, o pleito de 2010. O ex-prefeito revelou que irá propor ao diretório nacional um acompanhamento dessas discussões. Ele, inclusive, chegou a conversar com Francisco Rocha da Silva, Rochinha, sobre o cenário estadual.


Rochinha é membro da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), ligada a Humberto Costa. Segundo Rochinha, “não há problema em abrir o debate”. “Que se discutam nomes de Dilma, de João Paulo, de Humberto, de Dilson. O que vai prevalecer é a continuidade de um projeto onde as pessoas vão se colocar dentro dele”, contemporizou.
MARILEIDE ALVES (FOLHA DE PERNAMBUCO)

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