Após 44 anos dedicados à carreira política, o senador Marco Maciel (DEM) amargou sua primeira derrota eleitoral com uma votação aquém do que as pesquisas de intenções de voto apontaram ao longo da campanha. O democrata, que tentava seu quarto mandato como senador, conquistou apenas pouco mais de 900 mil votos do eleitorado pernambucano. De maneira contida, como é de costume, mas visivelmente abalado, Maciel leu seu pronunciamento no comitê da coligação Pernambuco Pode Mais, ontem à noite, em tom de despedida. “A Deus agradeço aceitar com resignação e humildade, seus elevados desígnios e ao povo pernambucano igualmente agradeço o privilégio de, nos últimos 40 anos, tê-lo representado nos mais altos foros do País”, assinalou.
Ao longo de sua carreira política, Maciel, além de ter sido senador por três vezes, já ocupou os cargos de deputado estadual, deputado federal (duas vezes) e governador pela Arena/PDS, durante o regime militar. Com a redemocratização, ele foi Ministro da Educação e da Casa Civil, durante o Governo Sarney e ainda vice-presidente da República nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Aos 70 anos de idade, Maciel preferiu não comentar seus planos para o futuro, mas prometeu não abandonar a vida pública.
“Decidiram os eleitores não renovar o mandato que pleiteei. Isso não significa que deixarei de lutar por seus direitos, propugnar por sua ampliação e combater violações”, asseverou. Conforme adiantou, o seu projeto agora será trabalhar pela eleição do presidenciável José Serra (PSDB).
Embora muitos de seus aliados tenham apontado a necessidade de adoção de um tom mais combativo por parte do senador, o democrata descartou a existência de falhas na estratégia de sua campanha. “Não tenho nenhuma crítica a fazer ao trabalho que foi desenvolvido e, portanto, eu acho que, dentro das nosas limitações, realizamos um trabalho em que todos viram um bom resultado”, limitou-se a dizer.
Apesar da votação pouco expressiva, o senador frisou que não está decepcionado com seu eleitorado. “A vida pública exige muita consciência do dever a cumprir e da preservação dos princípios que que sempre defendi, inclusive princípios éticos. Acho que a vida pública, como disse certa vez Joaquim Nabuco, deve ser feita com ‘P’ maiúsculo”, declarou. Hoje, ele embarca, às 10h, para Brasília.
Fonte:FOLHA DE PERNAMBUCO
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