terça-feira, 12 de outubro de 2010

Em comício no DF, Dilma diz que Serra ‘não faz disputa leal’


A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse na noite desta segunda-feira (11) que o candidato adversário José Serra (PSDB) faz uma campanha baseada na “mentira e na maldade”. Dilma participa de um comício em Ceilândia, uma região administrativa do Distrito Federal nesta noite.
“Meu adversário faz uma campanha baseada no ódio e na boataria, na mentira e na maldade. Não faz uma disputa leal e verdadeira. Ele usa de artifícios para atacar um projeto que não é igual ao dele", disse a petista.
A candidata petista subiu ao palco por volta das 20h45min. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhava a candidata, assim como ministros do governo e lideranças locais. O primeiro a falar foi o candidato ao governo do DF, Agnelo Queiroz. Depois, assumiu o microfone o deputado federal Michel Temer (PMDB), candidato a vice na chapa de Dilma. Temer acusou Serra de prometer na sua campanha o que já foi feito durante o governo Lula.

“O Serra está de olhos vendados porque está prometendo coisas que o Lula já fez”.

Em seu discurso, Dilma ainda falou sobre educação, e, ao lembrar do Dia das Crianças, comemorado nesta terça-feira (12), prometeu que vai criar 6 mil creches no país.
Após Dilma, foi a vez de Lula começar sua fala defendendo a candidatura de Agnelo ao governo. Sem citar nomes, o presidente lembrou da crise que atingiu o governo do DF, e que culminou na perda de mandato do ex-governador José Roberto Arruda, suspeito de envolvimento no esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM.
"Jamais nós esperávamos acontecer com Brasília o que aconteceu. Os governadores aqui deveriam respeitar muito mais o povo de Brasília do que já foi respeitado [...]. Brasília não pode continuar ser governada por alguém que faça Brasília aparecer nos jornais apenas nas páginas policiais", afirmou o presidente.
Lula ainda disse que escolheu Dilma para ser sua candidata porque ela não tinha "vícios", como alguns políticos.
"Ela não tinha o vício que muitos candidatos tinham por aí. Ela tinha o vício de trabalhar. Ela tem o vívio da dedicação e da competência. Ela tem o vício de ser melhor que seus adversários. Os defeitos que alguns acham que a Dilma tem para mim são as virtudes pelos quais eu e vocês já escolhemos a Dilma no primeiro turno para ser a presidente do Brasil", disse.
O presidente ainda pediu que, nos dias que faltam para a eleição, a militância "ataque os pontos mais fracos", e não diminua a campanha.
"A gente não pode achar que tem eleição ganha em época de eleição. Na medida que a gente começa a contar vitória antes do tempo acontece o que aconteceu com o Corinthians e o Fluminense, que acharam que estavam com o campeonato ganho e estão perdendo uma atrás da outra. A partir de agora, gente, não vamos tirar mais a nossas camisas, os nossos adesivos, as nossas bandeiras".
Saudade do governo
Lula voltou a afirmar que já sente um pouco de "saudade" por ter de deixar o goveno.
"Eu já começo a sentir um pouco de saudade cada vez que eu falo. Oito anos de mandato é muito longo para quem faz oposição, mas para quem está no governo não é nada. Eu vou sair do governo com um certo ar de prazer, uma sensação de coisa boa, essa relação de confiança que eu estabeleci com o povo brasileiro. Eu tenho certeza que nós vamos criar um novo patamar para o Brasil".

Robson Bonin
Do G1, em Brasília

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