terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Eduardo propõe fim de conflito com médicos
O governador Eduardo Campos (PSB) começou 2010, intitulado por ele próprio como o “ano da Saúde”, propondo uma espécie de armistício às entidades representantes da classe médica. Ontem, ao discursar na entrega da primeira das 11 Unidades de Pronto-Atendimento (Upas) que prometeu - a Gregório Bezerra, em Olinda -, o socialista pediu que os dois lados se pautem “pelas convergências”. O relacionamento do Estado com essas entidades, que já não era bom, piorou depois que a gestão optou por entregar o controle dos três hospitais e das 11 UPAs às Organizações Sociais de Saúde (OSS). O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) chegou a acusar o Governo de tentar “desqualificar” os médicos com a decisão administrativa.
“Muitas vezes fica um jogando a culpa em cima do outro. E não tem culpa nem culpados. O que existem são muitas vítimas, que são os mais pobres, os que mais precisam. Precisamos ter grandeza e capacidade política de nos entender. Não somos donos da verdade. Reconheço aqueles que querem contribuir, dar as mãos para a gente oferecer um tratamento digno. É possível. É só a gente pautar o que nos une, deixar de lado o que nos separa. Quem paga o preço é o povo, não podemos alimentar essas brigas. Não se salva vida com bate boca, com arenga. Ninguém vai ser maior ou menor. A gente faz a disputa das teses na hora certa, mas não coloca em risco a construção de um modelo novo, inovador”, ressaltou Eduardo Campos.
Ao final do evento, o socialista salientou que a construção do sistema público de Saúde deve ser conjunta. “Isso não anula as divergências que possamos ter na questão dos modelos, mas nós temos muitas convergências. O que me anima é pautar as convergências. Não se faz saúde pública só com médicos, mas não se faz sem eles”, destacou Eduardo.
Na próxima segunda-feira, ele vai inaugurar a UPA de Igarassu; e dia 18 de janeiro, a de Paulista. As intervenções fazem parte de um cronograma montado para o Estado para “bombar” a imagem de Campos até a eleição e desarticular eventuais ataques da oposição na campanha.
BALANÇO
Em sua fala, o governador voltou a prestar contas das ações de sua gestão nas áreas tidas como primordiais. “A Educação passou a ser pauta de trabalho e não de discurso no nosso Governo. Recuperamos a auto-estima das nossas escolas, valorizamos o professorado e buscamos o potencial de cada jovem”, salientou o socialista, que também destacou os avanços na Segurança.
“O Pacto Pela Vida enfrentou dificuldades que qualquer processo de mudança enfrenta. Há três anos consecutivos que Pernambuco reduz todos os indicadores de violência, homicídio, assalto a banco e roubo em ônibus”, assegurou Eduardo Campos.
ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)
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