sábado, 1 de agosto de 2009

Quadrilha pode ter aliciado cerca de 200 mulheres para prostituição, diz PF


O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, afirmou nesta sexta-feira (31) que uma quadrilha especializada em tráfico internacional de seres humanos pode ter aliciado cerca de 200 mulheres em um ano para trabalharem como prostitutas no Brasil, França, Estados Unidos e República Dominicana.



A Operação Harém foi deflagrada pela superintendência da Polícia Federal do Espírito Santo há seis meses. Ao menos 12 pessoas, sendo três americanos e os demais brasileiros, foram presos nesta sexta-feira. Ao todo, os agentes cumprem 15 mandados de prisão e 10 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Las Vegas, nos Estados Unidos, Paris, na França, e Santo Domingo/Punta Cana, na República Dominicana.



De acordo com Coimbra, ainda não há a confirmação das prisões de dois suspeitos na República Dominicana e de um na França. "Estes mandados estão em aberto. Estamos aguardando confirmação.Foram presos seis em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, um em Angra dos Reis, um em Curitiba e dois nos Estados Unidos", disse. A PF identificou vítimas da exploração e irá ouví-las durante o inquérito.



As mulheres eram aliciadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, segundo o superintendente da PF. “Eles conseguiam alicia-las com promessas de bons ganhos financeiros. Mas não havia um padrão definido para o aliciamento e nem para o perfil delas. Algumas já eram garotas de programa, por exemplo. Mas era sempre com a finalidade de prostituição de alto luxo”, disse.



Em alguns casos, de acordo com Coimbra, os ganhos mensais poderiam chegar a até US$ 40 mil. “Deste valor, o aliciador ficava com uma parte e o explorador da prostituição com outra. Mas não dá para saber o percentual de cada um”, afirmou. Além das prisões, foram apreendidas mídias, como discos de DVD, e bloqueadas 10 contas bancárias movimentadas pela quadrilha no Brasil. “Os valores nestas contas ainda estão sendo levantados”, finalizou.


Os presos responderão pelos crimes de favorecimento à prostituição, rufianismo, tráfico internacional de pessoas para fins de prostituição, além do delito de quadrilha ou bando.



De acordo com a PF, investigações iniciadas a partir do estado do Espírito Santo desvendaram um esquema de envio de brasileiras ao exterior, com a finalidade de serem exploradas sexualmente pelo mercado de prostituição de alto luxo. Muitas seguiam para a cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, após serem agenciadas por pessoas no Brasil, e trabalhavam em cassinos.

Durante o processo de investigação, a Polícia Federal contou com a colaboração da Agência de Imigração Americana (ICE), da Defense Security Service, Interpol, policiais da República Dominicana e dos Estados Unidos, que também realizaram prisões.



Marcelo Mora
Do G1, em São Paulo

Nenhum comentário: