domingo, 16 de agosto de 2009

Jarbas vê participação reduzida


Testemunha ocular dos episódios e integrante do front de combate à permanência de Sarney na presidência, o senador Jarbas Vasconcelos é convicto da necessidade de afastar o maranhense da presidência da Casa. Mas discorda que a ingerência dos nordestinos no processo de contorno da situação seja predominante. “Ainda acho que é muito pouco. Por ser uma região com tantos representantes, deveria ter peso maior ainda. Se você buscar, vai contar nos dedos os nomes (nordestinos) que exerceram a Presidência da República, vai achar Sarney e (o senador Fernando) Collor (de Melo), e Sarney nem sequer foi eleito presidente”, observa Jarbas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de ter migrado para São Paulo ainda pequeno, é pernambucano, de Caetés, à época distrito de Garanhuns.


Jarbas reconhece que as bancadas do Nordeste na Câmara sempre têm marcado presença muito forte, “tanto na época da ditadura como da democracia”. E volta a ponderar com os números, focando no Senado: “Não vejo nada diferenciado no Nordeste (com relação à atuação na crise), porque é uma Região das maiores do País com nove Estados. Só o Nordeste tem um terço dos senadores, é natural que tenham destaque”.


O peemedebista alerta ainda o eleitor: “Acho que isso (a crise) pode despertar o sentimento no eleitor de que é preciso atentar cada vez mais para qualidade do voto, ver quem são os suplentes dos senadores. É preciso estar mais atento. Hoje, a comunicação é cada vez maior, mais presente. Então, não se informa bem se não quiser”.


Diante da postura do ex-prefeito do Recife e provável candidato ao Senado, João Paulo (PT), de atribuir a atitude de Lula de defender Sarney à necessidade de governabilidade, Jarbas rebateu. “Não tem nada a ver. Isso é um equívoco de João Paulo. Lula se apressou a chegar no Brasil do exterior para poder defender Sarney. Foi Lula que disse que Sarmey era incomum. Sarney na cabeça de Lula deveria estar acima da lei, da Constituição, do bem e do mal. Sarney é presidente do Senado com o apoio de Lula e isso vai ficar marcado na sua biografia para o resto da vida”, vaticinou.

FOLHA DE PERNAMBUCO

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