terça-feira, 25 de agosto de 2009

Jarbas pede a Lula que “respeite a oposição”


O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) cobrou, ontem, do presidente Lula (PT) mais respeito aos partidos de oposição. Da tribuna do Senado, o peemedebista ironizou o petista, dizendo que sua memória era “curta” e “bastante seletiva”. “Ele mesmo foi oposição por 24 anos, das greves do ABC até a sua vitória nas eleições presidenciais de 2002 (...). Presidente Lula, respeite a oposição. Não siga os passos dos seus aliados Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador), que tentam de todas as formas esmagar a oposição democrática em seus países. Não se esqueça que muitos daqueles que o senhor hoje agride estiveram ao seu lado em períodos obscuros da sua vida e da vida do Brasil”, disparou.


O ataque de ontem foi motivado por um discurso feito pelo presidente, na última quinta-feira, no município de Iganguaçu (RN), no qual acusou os adversários de estarem sem condições para contestá-lo. Lula ressaltou que “a oposição, quando não tem argumento, é pior que doença que não tem cura”.


Jarbas ainda o acusou de trair seus “princípios éticos do passado”. “Foram necessários apenas sete anos no poder para o presidente descobrir a cura para a ‘doença’ da qual ele sofreu por mais de duas décadas. Mas eu não desejo essa receita, pois o tratamento do presidente inclui esquecer os princípios éticos do passado e ser conivente com irregularidades dos seus aliados. Esse remédio milagroso eu rejeito”, sublinhou o senador, para quem o petista é o “principal responsável pela mediocrização da política brasileira”.


“Não é coincidência o fato de o Congresso Nacional enfrentar suas maiores e mais profundas crises exatamente durante a passagem de Lula pelo Palácio do Planalto. ‘Nunca antes na história deste País’, um presidente interferiu tanto no Legislativo. E foi ele quem chegou a afirmar que existiam ‘300 picaretas’ na Câmara”, descredenciou Jarbas Vasconcelos. O senador disse ser “extremamente preocupante” as críticas que Lula vem fazendo ao Tribunal de Contas e à Imprensa. “O sentimento que passa é que ele gostaria de ser um ditador, sem qualquer questionamento”.



NORDESTE
O ex-governador questionou a análise feita por Lula dando conta de que estados do Nordeste estão sob o controle das mesmas famílias por “décadas e décadas”. “Pernambuco sempre teve uma política polarizada, na qual um mesmo grupo nunca passou mais de oito anos à frente do Governo, com exceção do período autoritário”, argumentou Jarbas, salientando que o petista, “estrategicamente”, esqueceu de citar o Maranhão, governado pelo clã do seu aliado José Sarney (PMDB).


ARTHUR CUNHA (FOLHA DE PERNAMBUCO)

Nenhum comentário: