terça-feira, 24 de agosto de 2010
Campos articula vitória pessoal
Com uma margem confortável acima dos 40 pontos percentuais nas intenções de votos dos pernambucanos, o governador-candidato Eduardo Campos (PSB) tem se dado ao luxo de usar pouco a imagem do presidente Lula em sua campanha de reeleição. Também não consta no planejamento do socialista trazer o petista - considerado o maior cabo eleitoral do País - para cumprir muitas agendas no Estado, neste primeiro turno. Tanto é que, na próxima sexta-feira, a visita de Lula deve ser apenas administrativa. Por trás desse planejamento há uma estratégia bem clara, combinada entre Eduardo e o presidente, para creditar uma eventual vitória em outubro, contra o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), exclusivamente na conta do governador.
Por isso, o presidente tem ficado à sombra do socialista, na campanha midiática, e só será “usado” com protagonismo, no guia eleitoral e no material de rua, se Jarbas crescer nas pesquisas. A ordem é que Campos colha os louros das urnas sozinho. Na avaliação do próprio Eduardo e de Lula - segundo governistas -, uma vitória consagradora contra o senador é o item que falta no currículo do socialista para cristalizá-lo como o principal político do Estado. Em segundo plano na estratégia vem o revanchismo contra Jarbas. Por motivos diferentes, mas com uma finalidade comum, Lula e Eduardo querem “reduzir” o senador politicamente. E têm se movimentado para tal.
Além do troco por 1998, quando o peemedebista derrotou Miguel Arraes por mais de um milhão de votos na disputa pelo Palácio, Campos quer que o arquiinimigo perca o controle do PMDB no Estado.
Já Lula quer desmoralizar um dos mais vorazes críticos do seu governo a nível nacional. “Está difícil segurar o presidente. Ele quer vir de todo jeito”, comentou um aliado, sob o manto do anonimato. Apesar do “sangue nos olhos”, a pauta de Lula em Pernambuco, sexta-feira, será, a priori, administrativa. O petista inaugurará uma Escola Técnica Federal em Caruaru e fará vistoria nas obras do Complexo Portuário de Suape.
A mesma linha será aplicada, de acordo com um palaciano de alta patente, à campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT). Com larga vantagem sobre José Serra (PSDB), em Pernambuco, a ex-ministra só virá mais uma vez ao Estado. A ideia é que seja em setembro, numa agenda no Recife ainda a ser montada, sem Lula.
AGENDA
Hoje, Eduardo segue sua agenda de candidato participando, ao meio-dia, de almoço no Sindicato das Agências de Publicidade de Pernambuco (Sinapro/PE), na sede da TGI, no Recife. À noite, o socialista gravará para o guia eleitoral, a exemplo do que fez ontem. Amanhã, ele realizará atos no Grande Recife.
ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)
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