quinta-feira, 24 de junho de 2010

Abastecimendo de água foi retomado em 70% do município de Palmares


Em Palmares, as máquinas não param. Tentam remover os entulhos que ficaram nas ruas. Para ajudar os moradores a resgatar a dignidade, o instituto Tavares Buril montou uma unidade móvel na cidade, que já tem 70% da área com o abastecimento de água restabelecido. No total, são 5.900 pessoas, entre desabrigados e desalojados. Os prédios públicos e da área de saúde já recuperam a energia.

Nas ruas, um comportamento chama atenção: não é difícil encontrar moradores usando máscaras. Uma forma de se proteger do mau cheiro que os entulhos trouxeram. Tudo ficou destruído. A ponte que é o principal acesso ao município foi derrubada. O asfalto cedeu e o que restou ficou na beira do rio.

A praça principal, no centro da cidade, desapareceu. Ao lado da igreja Presbiteriana, a casa paroquial desabou. De carreta, que virou com a enxurrada, só dá para ver as rodas. Por pouco, outro caminhão também não virou. “O prédio, provavelmente, está condenado. Está prestes a cair. Nós queríamos convocar todos que pudessem nos ajudar, em uma grande campanha”, disse o pastor Cephas.

Os prejuízos continuam no comércio. As lojas foram invadidas pela água e as mercadorias perdidas. Máquinas trabalham na remoção da lama e do lixo. Além de ter as casas destruídas, muitas pessoas acabaram perdendo documentos. Por isso, o instituto Tavares Buril instalou um posto móvel, numa escola municipal, para tirar a carteira de identidade.

Em meio ao caos, boas notícias: o trabalho de voluntários e o nascimento de um bebê. A criança nasceu em um hospital privado do município. Além disso, pessoas de várias regiões estão levando mantimentos para o município. O funcionário público Thiago Pedrosa foi de Olinda até Palmares levar donativos. “A gente vê o sofrimento das pessoas. Acho que não custa nada, cada um pegar um pouco e doar”, disse.

Uma transtorno que esta boa ação vem encontrando é a logística. “Estamos com certa dificuldade para distribuir por falta de transporte. O montante de roupa e calçados é grande, mas estamos com dificuldades de carro”, contou o costureiro Otávio dos Santos.

As vítimas começam a ver a cidade ser reorganizada. “O governo do estado contratou um consórcio de construtora para fazer a limpeza, que está sendo executada por módulos. Diretamente, 400 pessoas estão trabalhando na assistência, entre funcionários do Estado, da prefeitura, além de voluntários. No prazo de quatro dias, um hospital de campanha será montado. A comida da doação está chegando, e os desabrigados e desalojados estão comendo”, contou o representante da Codecipe, major Lúcio Guimarães.

“O objetivo é manter os abrigos estabilizados. Algumas doações importantes são: colchões, fraldas descartáveis, absorventes, fraldas geriátricas. Enquanto as vias principais não forem desobstruídas, os caminhões não podem entrar”, explicou o comandante dos Bombeiros, Carlos Eduardo Casanova.


Da Redação do pe360graus.com

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