quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Crise obriga prefeitos de Pernambuco a cancelarem carnaval

O ano começou difícil para diversas cidades. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, 90% dos Executivos brasileiros estão em crise. E em período de economia, a folia de Momo aparece como um dos primeiros itens na hora dos cortes.

A cada dia cresce o número de cidades que anunciam não apenas reduções, mas também o cancelamento das festividades do carnaval. Os problemas alegados vão desde a seca, até a redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – que deve ter um impacto de R$ 767 milhões – e as dívidas deixadas por antecessores.


 Em Pernambuco, grande parte desses casos se concentra no Agreste. Um dos exemplos é Brejo da Madre de Deus, onde não haverá festa em fevereiro. “Este ano teremos uma redução de 8,1% na arrecadação.

Serão mais de R$ 800 mil que vamos perder”, comentou o prefeito Edson Sousa (PTB). A economia prevista é de R$ 100 mil para uma cidade cuja arrecadação média por mês é de R$ 1 milhão. “Pode parecer pouco, mas para nós não é”, disse o gestor.

 Os últimos meses foram complicados para o município que “ainda está em fase de estabilização”. “Nos desfizemos de quatro dos oito carros-pipa que tínhamos e precisamos usar recursos próprios para fazer o pagamento do 13º dos funcionários e do salário dos professores, que neste ano começaram a receber o piso”, afirmou.

 De acordo com Sousa, parte do dinheiro será revertido para compra de carros-pipa. O mesmo fará o prefeito de Buíque, que também decidiu pela não aplicação de dinheiro público no carnaval alegando “a maior seca já vista”.

 Recentemente, outra comemoração esteve na mira dos gestores “apertados”. Foi a Festa de São Sebastião, tradicional em muitos municípios, como Orocó, onde a atração faz parte da agenda oficial do Executivo há mais de 20 anos.

Não bastassem as queixas comuns aos demais, o prefeito Reginaldo Crateú, o Dédi (PT), também reclamou da falta de apoio do governo estadual, uma vez que o evento integra a programação oficial da Empetur.

 Belo Jardim também esteve mais silenciosa nos últimos dias. São Sebastião é o padroeiro da cidade, mas neste ano não teve festa. O prefeito João Mendonça (PSD) colocou a culpa no antecessor, que, segundo ele, teria deixado um prejuízo de R$ 33 milhões.

Déficits das gestões anteriores também foi a resposta usada pelo prefeito de Moreno, Adilson Gomes Filho (PSB), na Região Metropolitana, para as indagações sobre a não realização do carnaval nos próximos dias.

Júlia Schiaffarino (DIARIO DE PERNAMBUCO)

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