quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Armando: "Não voto em Renan Calheiros"
O senador Armando Monteiro (PTB) viajou para Brasília nesta quinta-feira (31) com a convicção de que o PMDB deve apresentar um nome alternativo ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para concorrer à presidência do Senado. As eleições serão realizadas nesta sexta-feira (1º).
O parlamentar explicou que o Senado não pode arriscar-se a passar pelo constrangimento de ter o seu presidente respondendo a uma Ação Penal no Supremo Tribunal Federal (STF). “Então eu estarei atuando para que a gente possa construir uma alternativa. Pode ser outro nome do PMDB, preservando o princípio da proporcionalidade. E pode, em último caso, ser um destes candidatos de protesto, porque entre o PMDB, Renan, e a instituição, fico com a instituição”, reforçou Armando. As declarações foram feitas em entrevista ao programa Frente a Frente, com Magno Martins.
Armando disse que não vota em Renan Calheiros. “Eu estou primeiro certo de que alguma coisa vai acontecer. Porque os fatos que vêm acontecendo aí, sobretudo envolvendo aquele processo ainda antigo do senador, há fatos novos que são inquietantes e preocupantes”, disse.
O pernambucano lembrou ainda que o procurador Geral da República, Roberto Gurgel, diz que as denúncias que estão sendo encaminhadas ao STF são consistentes e que todos podem estar diante da possibilidade de uma ação penal contra o futuro presidente do Senado.
“Então eu estou indo a Brasília para tentar convencer os companheiros do PMDB a apresentar um outro nome. Um nome que o partido possa oferecer e que não submeta amanhã a instituição a este vexame que é o de ter o presidente da Casa sob o risco de uma ação na esfera penal, de responsabilização”, colocou o parlamentar. Ao ser questionado se as denúncias contra Renan nos jornais são graves, Armando Monteiro disse que não se trata apenas do noticiário, mas que ele se baseia em algo muito mais grave, que é uma declaração do Procurador Geral da República.
E ele interroga se não existe nenhum outro integrante do PMDB que possa assumir a responsabilidade de presidir o Senado. “Eu quero estar empenhado, até o último minuto, para que a gente construa uma alternativa. Eu estou convencido de que este é o interesse maior da própria instituição”, argumentou. Sobre as candidaturas de protesto e outros nomes do PMDB, o parlamentar declarou que não há dúvida alguma que o senador Pedro Taques (PDT-MT) é o que reúne mais condições.
Mesmo assim, ele ainda defendeu a posição de que possa surgir um nome na própria bancada do PMDB, que é a majoritária. Com relação ao nome de Pedro Simon, Armando informou que não vai dizer que ele seja carta fora do baralho. “Estou me baseando em algo que o próprio senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) colocou.
Embora sabendo que há nomes no partido, que são muito respeitáveis, como o de Pedro Simon, como o do nosso companheiro aqui, Jarbas Vasconcelos, mas eles próprios entendem que deveria ser um nome que pudesse até contar com o apoio do próprio governo. Então neste sentido tem que ser um nome do PMDB que transite também pelo governo. Porque aí nós teríamos garantida a possibilidade de uma eleição com o majoritário apoio da base aliada”, finalizou o parlamentar.
BRANCA ALVES, do Blog da Folha
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