Cristielane Caetano Mota Santos, de 21 anos, já havia prestado duas queixas de ameaça de morte à polícia, antes de ser feita refém pelo seu ex-marido José Elígio, de 24 anos, desde a manhã de segunda-feira (18). Cristielane é refém em sua própria casa há quase 27 horas.
A primeira queixa foi feita no dia 8 de dezembro do ano passado. O marido da vítima teria chegado bêbado em casa e a ameaçado com uma faca. No último dia 14, a jovem prestou a segunda queixa, dizendo que o ex-marido estava de posse de uma arma e tinha a intenção de matar ela, o filho de cinco anos, além da sogra e o cunhado.
A polícia e agentes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão no local negociando a libertação da mulher. Uma psicóloga da Defensoria Pública também está no local para atender Elígio. De acordo com a polícia, as negociações estão paradas. O ex-marido da vítima teria pedido um tempo para poder descansar.
Segundo a polícia, a estratégia para a libertação da jovem continua sendo a negociação. Elígio disse também que se dispõe a receber um laudo elaborado pela psicóloga encaminhando-o a um centro psiquiátrico, para render-se. O homem estaria inconformado com o fim de seu casamento com Cristielane.
Por volta das 9h da segunda-feira (18) o homem, armado com um revólver, entrou na casa e, após uma discussão com a ex-mulher, disparou contra uma das pernas dela, atingindo a vítima de raspão. Ao escutarem o tiro, vizinhos acionaram a Polícia Militar, que cercou a casa e, posteriormente, o quarteirão, para facilitar a negociação com Elígio.
Segundo a polícia, a possibilidade de invasão a casa foi descartada. A estratégia agora é vencer o homem pelo cansaço. Diversos policiais do Comando Especial estão posicionados em frente à casa e em outros pontos. Ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também estão no local, caso haja a necessidade de socorro.
O homem também já ofereceu trocar a refém pelo pai da jovem, mas a polícia também descarta essa ação. Elígio estaria também apresentando diversos picos de agressividade, ameaçando matar a mulher a qualquer momento.
O casal tem um menino de cinco anos e viveu junto durante sete anos. Cansada de apanhar do marido, Cristielane, há 20 dias, resolveu se separar de Elígio ao saber que ele havia pedido demissão do serviço e comprado um revólver. Inconformado com a separação, o acusado ainda tentou várias vezes retomar a união, mas não conseguiu convencer a jovem. Uma tia de Cristielane, tentou ajudar policiais militares e civis nas negociações.
Elígio permitiu a entrada de uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) para que fosse realizado um curativo na perna da vítima, dominada após voltar da escola, onde havia deixado o filho. A energia da residência foi cortada. Segundo a polícia, a maior preocupação de Eligio nas primeiras horas de negociação era saber quanto tempo de pena pegaria pelo crime.
O que mais dificulta a negociação é que o acusado não faz exigência alguma para se entregar, apenas ameaça matar a ex-esposa caso a polícia invada o imóvel.
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