Publicação: 14/07/2015 08:22 Atualização: 14/07/2015 13:53
Neste manhã, a PF esteve na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, nas residências do senador Fernando Bezerro Coelho (PSB) e do deputado federal Eduardo da Fonte (PP). No caso de Eduardo da Fonte, a PF também teria feito buscas em sua casa em Brasília, mas o fato é negado por sua assessoria. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a operação tem como objetivo garantir a apreensão de bens adquiridos com supostas práticas criminosas. Não há prisões previstas nesta fase.
Além de Pernambuco, os mandados, que foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12), nos estados da Bahia (11), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação. As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.
Acusações
Fernando Bezerra Coelho
O senador do PSB é citado nos depoimentos dos delatores da Operação Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Nos depoimentos, o nome de Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, já falecido. Em depoimento prestado à Polícia Federal, Costa disse ter sido procurado por Bezerra em 2010 para o recebimento de propina no valor de R$ 20 milhões, que seria destinado à campanha de Campos à reeleição do governo de Pernambuco.
Já Youssef relata que negociava uma comissão inicial de R$ 45 milhões referente às obras de Abreu e Lima. O doleiro explica que o valor foi reduzido para R$ 20 milhões porque parte dos recursos anteriores havia sido encaminhada ao governo pernambucano para "resolver alguns problemas" que poderiam prejudicar a obra e os repasses a um outro consórcio, chamado Conest (formado pela Odebrecht e OAS) para construção da refinaria.
Eduardo da Fonte
O doleiro Alberto Youssef disse que o deputado federal pernabucano Eduardo da Fonte (PP) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) receberam entre 2010 e 2011 propinas de valores, ainda não determinados, pagos pela construtora Queiroz Galvão. Os recursos seriam para a implantação de tubovias em Abreu e Lima. O contrato referente a este serviço é da ordem de R$ 2,7 bilhões. A Queiroz Galvão foi uma das responsáveis pela construção da Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca, no Grande Recife.
Eduardo da Fonte, ainda segundo o delator, é acusado de intermediar a aproximação do esquema com o então senador Sérgio Guerra (PSDB), morto em março de 2014. As propinas seriam para evitar a instalação de uma CPI no Congresso. O ex-presidente do PSDB, o pernambucano Sérgio Guerra também teria sido um dos beneficiários pela propina paga pela Queiroz Galvão. O tucano recebeu, de acordo com Youssef, parte dos R$ 10 milhões destinados para impedir a realização da CPI da Petrobras.
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